Balanço – Temporada Europeia 2011-2012
Inglaterra
Emocionante. Rivalidade posta à
prova até os 48 minutos do Segundo Tempo. O gol de Agüero desafogou 44 anos de
um grito entalado na garganta dos Citizens.
No saldo de gols o Manchester City sagrou-se
campeão. Até os 46 minutos o City perdia. Edin Dzeko, o atacante bósnio,
empatou a partida contra o Q.P.R. 2x2, dois minutos depois veio gol o título.
Sir Alex Ferguson, já prenunciava o fato. Os azuis de Manchester teriam de
falhar muito para perder o campeonato. Não falharam.
O enriquecido time teve como
figuras basilares na temporada, o seguro e remanescente zagueiro-capitão da era
“não milionária” do City Vincent Kompany. O multifuncional extremamente
participativo Yaya Touré, jogador de todas as zonas do meio de campo. O lúcido
assistente David Silva. O “louco” Balotelli. E o reserva de luxo Sérgio “Kun”
Agüero. Além do mais, teve comando. Roberto Mancini soube gerir os momentos de
crise, com habilidade, conduzindo a equipe à glória, e mais uma vez à Europa.
Apesar de longe dos tempos
brilhantes, o Manchester United deu trabalho até os últimos segundos do
campeonato. E, por isso, este é um título, que merece o adjetivo com o qual
inicio esta análise: emocionante.
Espanha
É o
Barcelona o melhor time do mundo? Pode até ser, mas, neste caso, a Espanha
ficou de fora dele nesta temporada. O Real Madrid mostrou seu valor e levantou
a taça nessa temporada. Os incríveis 91 pontos feitos pelo Barça não bastaram,
afinal o Real fez simplórios 100 pontos e teve dentre os mortais (exceção clara
e evidente a Messi e Cristiano Ronaldo), o segundo e o terceiro colocado, na
artilharia, Benzema e Higuaín, que, por sinal, tinham suas atuações
condicionadas à ausência do outro. 22 gols para Higuaín e 21 para Benzema, à
frente apenas o colombiano implacável Falcão García, 24 gols, e os
sobrenaturais já citados.
Mais
que o título, o Real venceu a sombra barcelonesa. Ganhou no campo. No confronto
direto. 35ª rodada. Camp Nou. 1x2. Fim da parada para o Barça, Mourinho dessa
vez levou. Mais uma prova do que no futebol, não há hegemonia imune a
insucessos. Nem treinadores. Guardiola, viria a se despedir no fim da
temporada, com um título da Copa del Rey, pouco, para um time que fez tanto nos
últimos anos.
No real
campeonato, disputado pelos demais 18 clubes, o “campeão” foi o Valencia, que
como o Málaga marcará presença na próxima UEFA Champions League. Málaga, que
promete e tem dinheiro para fazer bonito. Logo na primeira campanha
endinheirada um quarto lugar. Olho no Málaga. Olho também nos finalistas da
Europa League. Athletic Bilbao e Atlético Madrid. Por fim o jovem clube basco
deixou o campeonato para concentrar-se em objetos maiores, a Copa del Rey e a
Europa League, terminando com um insosso 12° lugar, mas os resultados em geral
foram muito positivos para os comandados de el loco Bielsa. Já o clube de
Madrid acertou-se com o técnico Diego Simeone, Diego, Arda Turan e Adrian que
fizeram bonito servindo Falcão García, merecida 5ª colocação. Se segurar o
centroavante colombiano tem uma temporada promissora pela frente.
Itália
“Grazie Inter”! Pensou a torcida
da Vecchia Signora, na vitória da Inter no clássico Milanês contra o Milan.
4x2. Toda a temporada da Juve estava ganha. Mais que isso, ressurgia das cinzas
o temido clube de Turim. Emoções até a penúltima rodada. Milan e
Juventus agarrados, colados, se engalfinhando, ponto a ponto. Um jejum desde a
temporada 02-03 feria o coração alvinegro, aliado ao desejo de se esquecer da
página de escândalos, rebaixamento e desmanche que inquietava o mais sereno dos
torcedores. Mais que isso. A despedida do ídolo. Del Piero. Um símbolo que se
despedia. Temporada memorável para a Juve.
Giorgio
Chiellini mostrou-se um muro na defesa, Claudio Marchisio e Arturo Vidal verdadeiros pulmões.
Pirlo um gênio. Buffon o protetor. Armas poderosas que consagraram o título.
Renasceu aqui o mítico clube de Turim. Apesar disso, créditos mil devem ser
dados à equipe do Milan. Teve o artilheiro Ibrahimovic, 28 gols e jogos
fantásticos, mas sofreu diversas lesões, e no fim, a temporada mostrou-se
determinada a ser vencida pela Juventus.
De resto, resta-nos ressaltar a
afirmação da Udinese como boa força do campeonato italiano, com um saudoso 3°
lugar, as boas temporadas de Lazio e Napoli, que ainda sagrou-se campeão da
copa da Itália, e a boa recuperação de uma pífia temporada da Inter.
Alemanha
Bicampeão! Gritou a torcida amarela a invadir o gramado para ter para si um tufo de grama do Signal Iduna Park. A salva de prata vai para Dortmund novamente. O time de Jürgen Klopp, baseado em talentos da casa e investimentos de baixo custo, superou o Bayern e quebrou uma escrita de anos em que o time de Munique não passava dois anos sem ganhar o campeonato ao menos uma vez. Talentosos Götze e Kagawa ditaram o ritmo, seguros pela juventude e força de Bender e Hummels e ancorados nos gols de Lewandowski.
Foi também decisiva a atuação de Arjen Robben nesse título. Um erro no pênalti foi fatal. Borussia 1x0 Bayern na 30ª rodada, o titulo só não seria amarelo com muito descuido. Apesar disso, o Bayern teve grandes momentos e o artilheiro, Mario Gomez. A regularidade do Borussia deu-lhe o título, apenas 3 derrotas em toda a competição é para poucos.
O futebol alemão está aprendendo a se reinventar. Se não houve muitos clubes disputando o título, a briga pelos torneios europeus foi ferrenha, pelo menos 6 clubes estiveram envoltos na real disputa. Novos talentos estão sendo evidenciados. Marco Reus do Borussia Mönchengladbach, Marco Marin do Bremem, Draxler do Schalke 04, Schürlle do Leverkusen, geração promissora alemã que promete dar trabalho na Eurocopa. De negativo a queda do histórico Colônia e a campanha indigna do Hamburgo.
Foi também decisiva a atuação de Arjen Robben nesse título. Um erro no pênalti foi fatal. Borussia 1x0 Bayern na 30ª rodada, o titulo só não seria amarelo com muito descuido. Apesar disso, o Bayern teve grandes momentos e o artilheiro, Mario Gomez. A regularidade do Borussia deu-lhe o título, apenas 3 derrotas em toda a competição é para poucos.
O futebol alemão está aprendendo a se reinventar. Se não houve muitos clubes disputando o título, a briga pelos torneios europeus foi ferrenha, pelo menos 6 clubes estiveram envoltos na real disputa. Novos talentos estão sendo evidenciados. Marco Reus do Borussia Mönchengladbach, Marco Marin do Bremem, Draxler do Schalke 04, Schürlle do Leverkusen, geração promissora alemã que promete dar trabalho na Eurocopa. De negativo a queda do histórico Colônia e a campanha indigna do Hamburgo.
França
Campeonato
fraco, entediante, ruim de assistir? Pode até ser, mas não se pode dizer previsível. Lyon, Marselha, Paris
Saint-Germain, Lille e Bordeaux. Todos esses deveriam ser candidatos ao título
certo? A disputa não sairia deles, não é mesmo? Não! O resultado foi uma
formidável surpresa com o título do Montpellier. Na reta final superou o
milionário PSG, que pelos gastos deveria ser o campeão, e ergueu o título. Saudado
deve ser esse clube, que teve como jogador chave o atacante Giroud artilheiro
do campeonato empatado com o atacante Nenê do PSG. Giroud, por sua vez,
conseguiu mais que o título, entrou na briga real por um posto na seleção francesa
e vai à Euro 2012.
Portugal
Janeiro
de 2012. Viajo por terras portuguesas, Benfica na liderança, boa vantagem,
torcedores de todas as partes afirmam que este seria o ano dos comandados de
Jorge Jesus. Assumo que também julguei o título como certo ao Benfica. Errei. O
Porto juntou suas forças, aliado aos tropeços fatais do Benfica, e a volta de
seu ídolo Lucho González e venceu, com autoridade, o campeonato. Apesar disso o
artilheiro foi benfiquista, o paraguaio Óscar Cardozo. De resto resta colocar
em evidência a consolidação do Braga como terceira força do futebol português à
frente do Sporting.
Liga Europa
Belo
torneio. Bela final. Os romenos de Bucareste viram um ótimo jogo. Entre times
de irreparável conduta durante as eliminatórias. O Athletic foi a Manchester e
bateu o United, o grande United. Com a autoridade dos que querem provar seu
valor, bateu o Schalke 04, o Sporting Lisboa (Que havia eliminado o Manchester
City) e assim encontrou-se com o Atlético de Madrid na final. Este por sua vez,
foi à Istambul e bateu o Besiktas. Posteriormente foi Hannover e eliminou o
clube de mesmo nome chegando a terras espanholas para enfrentar o Valencia. O
surpreendente resultado 4x2 na primeira partida, já mostrava que se devia
esperar muito do clube na final.
Esperanças
que se fizeram realidade. O Atlético de Madrid foi grande na final. 3x0. Diego
e Falcão García, fatais, espetaculares e incríveis. Acabaram com os jovens
bascos. A inexperiência do Athletic custou-lhe o título. Mas não sem muita
raça, garra e luta. O choro de lágrimas sinceras foi a maior prova de que o
clube de Bilbao ainda terá dias de glória. Com esses mesmos jovens de valor,
saídos de sua base e região.
Uefa Champions League
"O
Drogba é, sem dúvida, uma lenda do Chelsea e fará sempre parte desta família”.
A esta frase coube a autoria do chefe executivo do Chelsea, Ron Gourlay, no
site oficial do clube londrino.
Chelsea
e Bayern, 1x1 no tempo normal, pênalti na prorrogação, disputa por pênaltis.
Neuer, Cech, Robben, Schweinsteiger, Thomas Müller e Drogba. Protagonistas de
um jogo épico. O futebol solto e veloz do Bayern encontrou uma defesa
remendada, mas sólida do Chelsea. E um atacante iluminado. Quando Thomas Müller
marcou aos 83 minutos, na Allianz Arena era claro: Bayern campeão. Cobrança de
escanteio, um minuto de silêncio. Gol do Chelsea. Aos 88 minutos Drogba
proferiu um tiro com a cabeça e estufou as redes. Prorrogação. Drogba derruba
Ribery na área. Pênalti, oportunidade para Robben aliviar os apertados corações
bávaros. Cech! O checo defendeu o pênalti. E o jogo se encaminhou para a
disputa de pênaltis.
Mata inflamou a torcida alemã errando sua cobrança, a isso
se seguiram conclusões precisas de Lahm, Gomez, Neuer, do lado do Bayern e
David Luiz e Lampard para os blues. Ólic parou em Cech, Ashley Cole empatou a
disputa. Schweinsteiger o menino criado no Bayern, tinha todo seu sonho em seus
pés, e teve a trave em seus pesadelos. Drogba conferiu e deu ao Chelsea a tão
sonhada consagração. Tornou-se grande na Europa.
Antes
dessa final espetacular os times eliminaram nada mais nada menos que Real
Madrid e Barcelona em quatro jogos espetaculares.
Conclusão
Parabéns
aos campeões. Manchester City, Real Madrid, Juventus, Borussia Dortmund,
Montpellier, Porto, Atlético de Madrid e Chelsea. Cada um com sua
particularidade, mas todos títulos especiais. Quebra de 44 anos de jejum,
quebra de uma hegemonia, renascimento, quebra de tabus, surpresa, superação,
competência e consagração. Temporada espetacular que contrariou boa parte dos prognósticos
de início de temporada. Resta-nos assistir a Eurocopa e aguardar ansiosos a
volta dos campeonatos.
Fiquem com o vídeo promocional da competição!
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