Realidades percebidas na primeira rodada da Eurocopa
Desde a última
sexta-feira (08), todos nós amantes do futebol fomos felicitados com o início da
Eurocopa. Dessa vez na Polônia em parceria com a Ucrânia. Já na estréia um jogo
que teoricamente seria fraco, Polônia x Grécia, mas que teve emoção, expulsões,
pênalti perdido e dois gols, empate por um x um. Enfim teremos nos próximos
dias grandes encontros entre as melhores seleções européias da atualidade.
Venho com esse texto ressaltar duas realidades que me vieram à cabeça.
A supremacia do 4-2-3-1.
Assisti
a todos os jogos da primeira rodada dos grupos da Eurocopa. Percebi uma
tendência muito forte entre as melhores seleções do torneio. Essas equipes, e
aqui me refiro especificamente à Espanha, Inglaterra, França, Holanda, Rússia,
Portugal e Alemanha, tem jogado taticamente muito parecidas. Cada uma com as
suas particularidades, e diferentes estilos e jogadores. Mas taticamente muito
semelhantes. Goleiro, defesa com quatro jogadores, dois laterais e dois
zagueiros centrais, dois volantes de contenção que apresentam boa saída para o
jogo um armador que distribui o jogo, auxiliado por dois meias-atacantes que
jogam abertos pelos flancos e um centroavante.
Como
disse cada qual com suas particularidades. Espanha e Rússia, por exemplo, tem
uma rotatividade na armação, por vezes o que se vê é um volante mais à frente
ou um ponta pelo meio. Na Espanha, não há centroavante, sempre existe alguém na
posição, mas ninguém fixo.
Algumas
seleções nesse esquema privilegiam o ataque pelas pontas, em velocidade, outros
pelo meio com a troca de passes. Portugal explora muito Cristiano Ronaldo e
Nani, já França procura uma circulação de bola pelo meio, no toque de Nasri e
Cabaye. Uns tem no contra-ataque arma mortal, casos de Holanda e Rússia, outros
tem na paciência sua força, como Espanha. Reitero que nem todos usam de uma
referência na área, mas há exemplos de uso, Alemanha com Mario Gomez, Holanda
com Van Persie.
Detive-me no
estudo das seleções européias, pois a Eurocopa está em evidência, mas, até a
Seleção Brasileira usou deste esquema contra a Argentina. O goleiro foi Rafael,
uma defesa com Rafael, Bruno Uvini, Juan e Marcelo, dois volantes, Sandro e Rômulo,
um armador Oscar, dois meio-atacantes abertos, Hulk e Neymar e mais a frente um
centroavante, Leandro Damião.
Entendo essa
tendência como o resgate de um futebol ofensivo sem perder a responsabilidade.
Seis atletas participam das jogadas defensivas (Os laterais, zagueiros e
volantes), Seis atletas participam das ações ofensivas (Os laterais, Pontas, o
armador e o Centroavante). Claro que não há uma relação de necessidade nisso,
mas em geral é o que tem acontecido. Ataca-se com muitos jogadores e defende-se também com muitos. Esse esquema a meu ver prima pela Estabilidade. E por isso
é agora tendência.
A força de alguns campeonatos:
Alemão, Italiano, Espanhol, Inglês e Russo.
A
outra realidade a que me refiro na introdução dessa análise, é a da evolução
dos campeonatos Alemão, Italiano, Espanhol, Inglês e Russo. Mas por que este
tema numa análise da Eurocopa? Simples. Porque ela afirma isso. Ao acaso
percebi que as seleções destes cinco países são compostas majoritariamente por
atletas em exercício de suas funções no seu país de origem.
Se
os atletas não vêem necessidade de migrar para outros centros, isso se deve à
qualidade de seus campeonatos nacionais. Além disso, os atletas das demais
seleções que não atuam em seus países, atuam, exceção feita à Rússia, nestes
centros. O futebol espanhol em geral é leve, de habilidade, passes, tal qual a
sua seleção. O alemão, tático, estudado, forte e eficiente, a exemplo do que
apresentam os comandados de Joachim Löw. O Italiano e o Inglês mostram defesas
e meio-campos sólidos e ataques eficientes, seguem esse exemplo suas seleções.
E o Russo, ostenta força, velocidade, técnica e frieza, as características da
mais nova jóia Russa, o meia-atacante Dzagoev. Esses países embasaram seu
sucesso na tradição de seu futebol, estilo e características ímpares.
A
par disso, vemos cada vez mais, a evasão de jogadores jovens nas outras boas
seleções como França, Holanda e Portugal. Suas maiores estrelas partiram muito
novas para outros centros e isso tem reflexo no futebol nacional, enfraquecido,
menos competitivo e de inferior qualidade. Nasri, Van Persie, Afellay, Benzema,
C. Ronaldo, Nani, todos são exemplos de atletas que partiram para longe de suas
origens muito crus. E isso se reflete nas seleções que não tem conseguido
encaixar uma mentalidade única em suas equipes. Os jogadores ganharam
maturidade enquanto futebolistas longe de suas terras e isso têm muita representatividade.
Falta identidade. A implacável Holanda das eliminatórias, por exemplo, falhou logo no “fácil”
encontro contra a Dinamarca.
Fica a
reflexão. Tradição e força do campeonato nacional tem tido reflexo, pelo menos
nos últimos tempos.
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