O peso da experiência – Lições Brasileiras para a Seleção Brasileira
A baixa média de idade da Seleção Brasileira, somada aos maus resultados da Seleção canarinha desperta um questionamento: nossos jovens estão preparados para atuar em alto nível pela Seleção?
Velinhos no Brasileirão
O Campeonato
Brasileiro de 2012 traz nas suas cinco primeiras colocações exemplares de
atletas com vastíssima experiência. E os números não mentem. Todos os cinco
primeiros clubes (Fluminense, Atlético Mineiro, Grêmio, Vasco e São Paulo) têm
desempenho melhor com seus “velhinhos” em campo.
Os números de
Deco são absurdos. O líder Fluminense, detentor de 73,8% de aproveitamento, tem
com ele absurdos 88,8% de aproveitamento. O Galo, que apresenta 66,7% de
aproveitamento, com Ronaldinho Gaúcho em campo tem 68%. No Grêmio a chegada de
Elano proporcionou um aproveitamento de 63,4% com ele contra 63,1% sem o mesmo. Juninho
Pernambucano levou o Vasco a 61,9% de aproveitamento. Sem ele há queda para
59,5%. Já o São Paulo teve com a presença do definidor Luís Fabiano 64,2% de
aproveitamento confrontado com os 54,8% sem ele. Há uma clara mostra da importância destes
jogadores em suas equipes. E não é subestimada a necessidade de jovens nesses
clubes, muito pelo contrário há um equilíbrio. No Flu temos o jovem endiabrado
Wellington Nem, no Galo Bernard, no Grêmio o volante Fernando, no Vasco o
zagueiro Dedé e no São Paulo o meia Lucas, dentre outros. Na tabela abaixo
temos os números já falados e uns poucos outros:
CLUBE
|
APROVEITAMENTO
|
JOGADOR - APROVEITAMENTO
|
Fluminense
|
73,8%
|
Deco (35)- 88,9%
|
Atlético Mineiro
|
66,7%
|
Ronaldinho (32)- 68%
|
Grêmio
|
63,1%
|
Elano (31) – 63,4%
|
Vasco
|
59,5%
|
Juninho (37)- 61,9%
|
São Paulo
|
54,8%
|
Luís Fabiano (31)- 64,2%
|
Palmeiras
|
31%
|
M. Assunção (36)- 36,1%
|
Bahia
|
41,7%
|
Souza (30)- 45,2%
|
Portuguesa
|
42,9%
|
Dida (39) – 46,3%
|
Náutico
|
44%
|
Martinez (32)- 52,3%
|
Abaixo vídeos recentes de Luis Fabiano, Ronaldinho Gaúcho, Juninho Pernambucano e Deco:
História das seleções
A
Seleção Brasileira atual, segundo entrevista do próprio técnico Mano Menezes na
última semana, teve na última convocação média de 23 anos de idade. Isso
considerando o retorno de Kaká, a experiência dos Goleiros Jefferson e Victor,
o lateral Daniel Alves e o zagueiro Thiago Silva. É sem dúvida uma Seleção
muito jovem. Na história das Copas do Mundo o Brasil sempre se deu bem com
equipes experientes. A menor média de uma Seleção Brasileira campeã foi 24,5
anos em 1970. Nos outros anos passou dos 25 anos. Em 58 25,5, em 62 27,3 anos,
e 1994, tal como 2002, 26,5. Sempre havendo uma boa mescla. Em 58 tinhamos o
endiabrado Pelé de 17 anos. Em 62 o mesmo Pelé só tinha 21 anos. No
Tricampeonato Edu tinha 21 anos. No tetra Ronaldo tinha 17 e Cafu 24. Já no
Penta tinhamos Kaká com 20 anos, Kléberson com 23 e Ronaldinho 22 anos.
Momento atual
Vivemos tempos
em que há um estigma contrário ao uso de jogadores experientes na Seleção.
Desde o fracasso de 2006 vivemos lutando contra os “velhinhos”. Apesar disso,
mesmo com uma média de idade baixa, a Seleção de Mano Menezes não apresenta
bons resultados. Entre vitórias apertadas contra adversários médios e derrotas
contra bons times.
Não seria a
hora da Seleção seguir o exemplo dos clubes do Brasil? Os jovens Oscar, Neymar
e Lucas não estão sendo colocados numa fogueira? Entendo que deveríamos ter
alguns pontos de equilíbrio na Seleção Brasileira. Estes passariam por posições
chave. Na defesa já temos a referência de Thiago Silva, mas, no gol não
sabemos, Mano já convocou 13 diferentes arqueiros. Aparentemente Diego Alves é
a bola da vez, mas não é unânime. No meio não há referência. Sandro, Ramires,
Rômulo, Oscar, Ganso, Lucas, Paulinho, Giuliano, todos jovens e com pouca
experiência. A tentativa de reviver o futebol de Kaká, é portanto, a meu ver,
muito válida. No ataque também não há esse jogador. Neymar sequer sabe quem é
seu companheiro de ataque. Já foram tantos, Damião, Pato, Luís Fabiano, Fred,
Borges entre outros. Além do mais isso dificulta um entrosamento da nossa maior
jóia, tirando a possibilidade dele brilhar como no Santos. Enfim, penso que uma
trinca de referências já estaria de bom tamanho.
Temos uma belíssima safra de jovens e não podemos fracassar com ela.
Concordo quando o assunto é seleção brasileira, mas no caso do brasileirão o aproveitamento tem muito a ver com a qualidade dos jogadores também. No caso da Seleção Brasileira é fato que ela não tem NENHUM líder!
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