Olympiacos x Panathinaikos: o clássico dos inimigos eternos

Na sequência de textos sobre os Clássicos do Mundo, tratamos do maior dérbi grego: Olympiacos e Panathinaikos.


A rivalidade entre Olympiacos e Panathinaikos, maior clássico de um dos países mais antigos de toda a história da humanidade, a Grécia, teve sua origem ligada principalmente à disputa entre as classes que originaram os clubes e aos territórios onde foram criados.

Fundado em 1908, o Panathinaikos é da cidade de Atenas e foi constituído pela antiga classe abastada da cidade. Por outro lado, seu rival, o Olympiacos, foi criado 16 anos depois em Pireus, cidade da região metropolitana de Atenas importante por seu porto. Os fundadores dos clubes eram trabalhadores das docas e compunham a classe trabalhadora.

Como registro histórico, vale dizer que o Porto do Pireu (fundado aproximadamente no século V a.C) teve durante grande parte da história importância mundial (aproximadamente até o século XIX) e ainda hoje é o maior porto grego.

Este clássico é também marcado por outras rivalidades que não a do futebol, sendo os dois clubes, no panorama grego, bem sucedidos ainda no vôlei, no basquete e no polo aquático.

Do vôlei vem uma das maiores tragédias da história dos encontros: em 2007 um torcedor de 22 anos do Panathinaikos foi morto em uma briga que antecedeu uma clássico nas quadras.

Outro problema aconteceu neste ano na final da Copa Grega de Basquete (foto) em que torcedores invadiram as tribunas e destruíram assentos, sendo necessária intervenção policial com o uso de granadas de efeito moral. Felizmente, não houve mortes. Por sua vez, no futebol no ano passado uma partida chegou a ser suspensa devido ao confronto ocorrido entre os conhecidos hooligans e a polícia.

Nos gramados, o primeiro choque entre os rivais aconteceu em 1930 e curiosamente o primeiro jogo foi também o de maior placar: o Panathinaikos venceu por 8x2. No total, foram 178 jogos, com 73 vitórias do Olympiacos,  45 vitórias do Panathinaikos e 60 empates; e os jogadores que mais marcaram no derby são Giorgos Sideris, dos vermelhos, que marcou 13 gols e Dimitris Saravakos (foto), dos verdes, com 16 gols.

21 foram os atletas que saíram de um clube para o outro, destacando-se o ex-goleiro Antonios Nikopolidis, sempre lembrado pelos cabelos grisalhos, e por ter sido o arqueiro grego no título da Eurocopa de 2004 e também o meia argentino Sebastián Leto, hoje no Catania

No quesito títulos, o Olympiacos também leva vantagem. São 40 campeonatos gregos, 25 copas da Grécia, quatro supercopas da Grécia e outros títulos de menor expressão. O Panathinaikos venceu 20 vezes o campeonato grego, 17 a copa grega e quatro a Supercopa da Grécia. O clube também alcançou uma final de UEFA Champions League, em 1971, quando perdeu para o Ajax-HOL.

Além disso, brasileiros importantes já atuaram pelos clubes, destacado-se o meia Giovanni e os penta-campeões Rivaldo (ambos do Olympiacos) e Gilberto Silva (do Panathinaikos). Este foi eleito e integra a lista dos 10 maiores jogadores do Panathinaikos de todos os tempos. Contudo, no momento não há brasileiros nos dois clubes.

Um fato que marca também as histórias dos clubes foi a conquista da Eurocopa de 2004 em Portugal pela Grécia. Isso porque boa parte da seleção grega atuava nos rivais: 10 jogadores. 

Curiosidades finais estão nos nomes e emblemas. Enquanto o Olympiacos sempre teve o mesmo nome e traz em seu escudo o símbolo dos vencedores de Jogos Olímpicos, um jovem laureado, o seu rival da capital já foi chamado de Football Club of Athens e também Panhellenic Football Club. O nome atual foi dado em 1924.

O clube tem ainda um trevo de três folhas como símbolo. Este foi inspirado pelo canadense de origem irlandesa William Sherring, atleta vencedor da maratona olímpica em 1906 que corria com um grande trevo em sua camisa.

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