Sucesso a vista nos Países Baixos?


Muitas pessoas têm comentado sobre as seleções dos “Países Baixos”. Há tempos fala-se de uma nova geração de bons jogadores da Bélgica e parece que agora de fato os belgas voltarão a uma Copa do Mundo. Eles não disputam uma Copa desde 2002. Já a Holanda, seleção que já bateu na trave em algumas ocasiões com diferentes gerações, vem sofrendo uma revitalização. Os craques de 2010 permanecem e uma geração excelente está se firmando. Será agora (em 2014) a vez de belgas e holandeses? Trago ao leitor, uma análise destas equipes que jogam um futebol muito agradável de ver.


Bélgica – Segurança na defesa, talento no meio campo e leveza no ataque


A seleção belga, tema já muito abordado por vários analistas do futebol, parece ter assumido a sua maturidade futebolística. No gol o goleiro Thibaut Courtois (foto), considerado o melhor goleiro do campeonato espanhol, jogando pelo Atlético de Madrid, será o sucessor natural de Petr Cech no gol do Chelsea. A cada dia que passa mostra-se um goleiro mais completo.

Os zagueiros apresentam absurda qualidade. Vincent Kompany, capitão do Manchester City, é um líder natural dotado de grande força, velocidade e posicionamento. Jan Vertonghen (foto) foi uma surpresa muito grata no Tottenham. Com ótima saída de bola, atua também pela lateral esquerda. O zagueiro dos Spurs demonstra grande segurança e é um dos jogadores mais técnicos de sua posição na atualidade. Apesar de não viver grande momento Thomas Vermaelen guarda semelhanças com o Vertonghen. Já Van Buyten e Toby Alderweireld são zagueiros de técnica mais limitada, mas se impõe pela qualidade na bola aérea e força. O maior problema da equipe está nas laterais, que não apresentam jogadores de igual qualidade a do resto da equipe. O mais comum é ver alguns zagueiros jogando pelas laterais.

Já o meio-campo é criatividade pura. Recheado dos ditos “meias centrais” ou ainda "meias de área-a-área" (os conhecidos box to box), a equipe tem muita criação, movimentação e poder de marcação. Moussa Dembelé, Axel Witsel e Marouane Fellaini  (foto) dão certeza de uma boa gestão da posse de bola da equipe. Além dos habituais titulares há outras opções de muita qualidade. São os casos de Kevin De Bruyne, meio campo ofensivo que pertence ao Chelsea, dono de grande habilidade e chute apurado e de Steven Defour, volante do Porto capaz de fazer qualquer das funções do meio-campo com boa eficiência.


Uma vez que os laterais, via de regra, são zagueiros, a equipe precisa de jogadores ofensivos atuando pelas pontas, os famosos wingers. E possui várias opções de talento para essa posição. Eden Hazard (foto a esquerda) é o ícone da posição. O jogador do Chelsea combina velocidade e habilidade como poucos. Ainda demonstra uma capacidade absurda de servir os companheiros. Na última temporada, deu 26 assistências

Além dele, há também as opções de Nacer Chadli, jogador do Tottenham, Dries Mertens recém transferido para o Napoli e principalmente de Kevin Mirallas. Este é o atacante mais completo do selecionado belga. É capaz de fazer qualquer posição do ataque. 

Na referência a Bélgica dispõe de dois atletas de muita qualidade, mas de características diferentes. Christian Benteke (foto a esquerda), do Aston Villa, e Romelu Lukaku do Chelsea. O primeiro, apesar da altura (1,90m), tem mais velocidade que o segundo. Em contrapartida Lukaku se coloca melhor na área, e tem mais facilidade de “estar no lugar certo na hora certa”.

Holanda – Boa mescla de experiência e juventude


A algum tempo, estava assistindo Holanda x Rússia pela Eurocopa sub-21 e percebi que quase todos os jogadores da Holanda já atuaram pela seleção principal. Isso mostra uma evidente renovação pela qual passa o futebol holandês.

No gol há uma disputa entre Stekelemburg e Vorm (foto a direita), este vem em boa forma no Swansea. É uma boa disputa tendo em vista que ambos são goleiros de qualidade. O problema central é a defesa. Toda ela, laterais e zagueiros. Apesar disso alguns jogadores muito promissores apareceram recentemente, caso dos laterais direitos Van Rhijn (foto abaixo) e Janmaat, do lateral esquerdo Daley Blind e dos zagueiros Martins Indi (também lateral esquerdo) e De Vrij. Outro jogador de qualidade é o zagueiro brasileiro recém naturalizado Douglas. A esperança na Holanda é que esses jovens corrijam os problemas velhos.

Do meio pra frente há imensa qualidade. O meio campo da laranja mecânica tem craques que dispensam maiores apresentações casos de Van der Vaart, Sneijder e Robben. Mas há também uma geração de jovem muito consistente. Novos volantes, não só de marcação, apareceram para substituir o violento Nigel de Jong. São eles Jordy Clasie, Maher, Kevin Strootman e Leroy Fer.

Seleção sub-21.
A equipe titular é:
Zoet; Van Rhijn, De Vrij, Martins Indi, Blind; Clasie, Strootman, Maher; Wjnaldum, Luuk de Jong e Ola John.

Na criação as novas opções são os meias Van Ginkel e Tony Vilhena, jogadores de bom passe e visão de jogo. Há ainda outro atleta que demorou a ser convocado, Jonathan de Guzmán do Swansea, jogador muito completo.

Para a ponta, a equipe, como dito ainda conserva Robben, e ganhou novas opções como Ola John (foto), que fez excelente Euro Sub-21, Wjnaldum, Narsingh, Jeremain Lens e os já selecionáveis há tempos, Afellay e Elia. Todos os jogadores detentores de grande velocidade e considerável habilidade.

O centro do ataque é também imensamente qualificado. Nada mais nada menos que Van Persie comandando as ações. E não só “Van Persie”, mas o melhor “Van Persie” de toda a sua carreira, o centroavante do Manchester United está voando e sua perna esquerda nunca esteve tão calibrada. Na falta deste poderoso atacante tem ainda o bom jogador Huntelaar, e os jovens Bas Dost, van Wolfsfinkel (foto) e o ainda instável Luuk de Jong. Todos esses são altamente qualificados na bola aérea e no posicionamento na área.

Em suma, o que era bom ficou melhor, e o que não era, parece estar sendo corrigido. A Holanda vai com mais força para 2014 do que chegou em 2010.


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