Liverpool em festa: razões para o bom momento de Everton e Liverpool

A temporada 2013-2014 do Campeonato Inglês se apresentou, desde o início, surpreendente. Não se imaginava a liderança do Arsenal, o bom momento do modesto Southampton e nem a má fase do Manchester United. Mas há outro fato que surpreende nesse começo de temporada, o bom momento dos rivais da cidade de Liverpool: Everton e Liverpool, toffees e reds. Tento apontar alguns fatores para esse, bem vindo, sucesso dos clubes da terra dos Beatles.


Treinadores competentes com ideias modernas e aplicáveis

Quando se confirmou a saída de David Moyes, então treinador do Everton, para o Manchester United, ao final da temporada passada, questionou-se muito sobre o futuro dos toffees. Eis que melhor notícia não poderia chegar aos ouvidos dos torcedores do Everton, senão a contratação do “milagreiro” Roberto Martínez (foto), ex-Wigan. Acostumado a trabalhar com um orçamento curto, o treinador responsável pela longa manutenção do Wigan na primeira divisão e também responsável pelo início da vitoriosa escalada do Swansea City, trouxe para Liverpool todo o seu conhecimento tático. Conhecido por variações táticas pouco usuais, o espanhol tem no meio-campo o seu esteio. Dessa forma, viu-se por muitas vezes o Wigan jogando com três zagueiros para fortalecer o setor central. Fórmula semelhante ele adotou ao chegar no Everton. O treinador trouxe boas peças para o meio, assim variando o esquema tático entre 4-4-2, 4-2-3-1, 4-1-4-1 e 4-1-3-2, Roberto Martínez fortaleceu o jogo do Everton.


Do outro lado da rivalidade, o Liverpool tem jogado um futebol que privilegia o passe, a cara de seu treinador, o norte-irlandês Brendan Rodgers. Desde os tempos de Swansea, quando o clube passou a ser chamado de Swanselona (em alusão ao estilo de jogo do Barça), o treinador opta por uma formação, que proporciona um estilo de jogo de muita movimentação e toque de bola. Com jogadores leves como Luis Suarez, Daniel Sturridge, Victor Moses e Philippe Coutinho e bons passadores como Gerrard, Allen e Lucas Leiva foi possível aplicar ao Liverpool o estilo pretendido. Assim o clube tem mostrado um futebol bonito e envolvente.

Contratações pontuais e reforço no elenco

O Liverpool não sofreu perdas muito sentidas (as mais importantes foram o goleiro Reina e o zagueiro Carragher). Ainda assim, o clube se reforçou. Para repor os dois jogadores citados chegaram os competentes Mignolet, goleiro ex-Sunderland, e o experiente Kolo Touré (foto). As outras contratações chegaram para compor o elenco, fortalecendo-o. São os casos de Tiago Ilori, Iago Aspas, Cissokho, Luis Alberto e Victor Moses. Ou seja, juntou-se a uma base sólida, uma variedade de boas opções. Foram muitos reforços, mas para reforçar carências notórias.

Já o Everton perdeu sua principal peça: Fellaini. Apesar disso, o dinheiro da venda do belga, possibilitou o fortalecimento da equipe. Chegaram os bons Gareth Barry e McCarthy. Além deles, o jovem promissor Barkley ganhou enorme espaço no elenco, podendo desempenhar várias funções no meio-campo. Além do meio, a defesa e o ataque também se beneficiaram. Para a zaga chegou o eficiente Alcaraz e para o ataque o experiente Koné e o jovem Lukaku (foto), que vive ótimo momento.

União de juventude com experiência

Conhecido e eficaz clichê, a mescla de experiência e juventude, se bem-feita, é extremamente benéfica aos clubes. No Everton, Os zagueiros Distin e Jagielka e o volante Gareth Barry, dão suporte aos ascendentes Barkley (foto abaixo) e Lukaku. É difícil afirmar, mas é bem possível, como mostra a história de vários jogadores promissores lançados em momentos equivocados, que os jovens tivessem maiores dificuldades de adaptação ausentes estas referências. Já no Liverpool, a liderança fica por conta de Steven Gerrard, Glen Johnson e de Kolo Touré, que tem ajudado imensamente Philippe Coutinho, Victor Moses, Luis Alberto (foto acima), Sturridge e Henderson a alcançarem seus ápices técnicos. A experiência dos mais vividos, ajuda tanto emocionalmente quanto futebolisticamente (em termos técnicos) na formação do atleta. Jogar num clube estruturado, certamente ajuda o jovem a alcançar seu potencial máximo.

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