Elas vêm aí: Itália e Japão

Na última semana a série “Elas vêm aí” falou um pouco sobre as seleções de Inglaterra e Irã, nesta, o foco são as seleções de Itália e Japão.




ITÁLIA

Time base: Buffon; Maggio (Abate), Barzagli (Bonucci/Ranocchia), Chiellini (Ogbonna/Astori), Criscito;  Thiago Motta, Montolivo, Pirlo, Candreva (Marchisio); Cerci (Osvaldo), Balotelli. Téc. Cesare Prandelli

Grupo: D. Com Costa Rica, Inglaterra e Uruguai

Expectativa: Deve passar de fase, briga com Inglaterra e Uruguai por duas vagas.

Histórico: Disputou 17 Copas do Mundo. Tetracampeã Mundial e 26ª colocada no último mundial.

Em 2006, coube a Cannavaro a honra
de levantar a taça do tetra italiano.
Uma das seleções mais fortes da história do futebol, a Itália chega ao Brasil vivendo bom momento. Depois do fracasso da Copa de 2010 – quando sequer avançou às oitavas de finais –, a Squadra Azzurra renovou-se e já colheu frutos, sendo, de forma surpreendente, vice-campeã da última Eurocopa.

Se ainda conserva a presença de jogadores experientes, como o goleiro Gianluigi Buffon e o regista Andrea Pirlo, também traz a jovialidade de nomes como o volante Marco Verratti, o veloz atacante Lorenzo Insigne, o matador Mario Balotelli e o polivalente Mattia De Sciglio.

A meta italiana segue sendo dominada pelo “mito” Gigi Buffon, jogador que mais vezes vestiu a imponente camisa itálica, com 139 aparições. Não, ele não é o mesmo goleiro que viveu absurda forma técnica na última década, mas ainda tem muita qualidade debaixo das traves. Seus reflexos ainda respondem muitíssimo bem e ele é um dos ícones da equipe. Seus reservas devem ser os bons Federico Marchetti e Salvatore Sirigu, titulares de Lazio e PSG, respectivamente. Entretanto, pode haver uma surpresa. O jovem arqueiro do Genoa, Mattia Perin, esteve na última convocação e pode figurar entre os selecionáveis.

A zaga é, como bem conta a história italiana, um dos pontos fortes da equipe. Apesar disso, há indefinição quanto aos titulares. Nas últimas competições oficiais disputadas pela seleção, o trio da Juventus, Giorgio Chiellini, Andrea Barzagli e Leonardo Bonucci, se revezou no time principal – quando não jogaram os três. Hoje novas peças tem sido testadas e podem aparecer na equipe titular o zagueiro Nerazzurri Andrea Ranocchia e os canhotos David Astori e Angelo Ogbonna.

Se a zaga é um dos pontos fortes, não se pode dizer o mesmo das laterais. Pelo lado direito as opções são o burocrático Ignazio Abate e o ofensivo, que tem dificuldades defensivas, Christian Maggio. Já pela canhota o melhor especialista da função é Domenico Criscito, que tem um passado conturbado, tendo sido investigado por manipulação de resultados. Quem também tem atuado na função é o jovem e polivalente Mattia De Sciglio, que não tem nenhuma qualidade destacável, mas também não tem grandes deficiências. Outro que ganhou chances recentemente foi o experiente Manuel Pasqual, da Fiorentina. As laterais são possibilidades ainda abertas.

Última escalação da Itália
Já o meio campo é outro ponto poderoso da equipe. Recheado de “volantes que sabem jogar”, o setor apresenta boa marcação, passe de curta e longa distância muitíssimo qualificado e boa criatividade. Contudo, não é dos mais rápidos. Mais recuado Thiago Motta disputa uma vaga com Daniele De Rossi. Mais à frente, Riccardo Montolivo e Pirlo são certezas. Com a temporada instável de Claudio Marchisio, a última vaga da meia-cancha deve ficar com Antonio Candreva, que atua, majoritariamente, pelo lado direito.

No ataque, a titularidade de Mario Balotelli é outra certeza. Apesar de controverso, o atacante milanista é indiscutivelmente talentoso e se tornou uma das referências da equipe. Já seu companheiro é uma incógnita. Caso Giuseppe Rossi se recupere a tempo de jogar o mundial deve ser o companheiro de Balotelli. Se o atacante da Viola não retornar, disputam uma vaga dois jogadores de características muito distintas. Alessio Cerci é a possibilidade de velocidade e habilidade, já Pablo Osvaldo é mais afeito ao jogo na área adversária, sendo um verdadeiro matador. Jogadores como Stephan El Shaarawy, Sebastian Giovinco e até o veterano Alberto Gilardino correm por fora.

Apesar de algumas indefinições, a Itália trará uma equipe equilibrada à Copa do Mundo. Com solidez defensiva, poder de controle do meio-campo e um ataque – num dia bom – muito perigoso, pode surpreender (embora nunca seja surpreendente uma boa participação em mundiais da Tetracampeã mundial).



JAPÃO

Time base: Kawashima; Uchida (Sakai), Yoshida, Konno, Nagatomo; Hasebe, Yamaguchi (Endo); Okazaki (Kyotake), Honda, Kagawa; Osako (Kakitani). Téc. Alberto Zaccheroni

Grupo: C. Com Colombia, Costa do Marfim e Grécia.

Expectativa: Briga por vaga nas oitavas de finais.

Histórico: Disputou quatro Copas do Mundo. 9º colocado no último mundial.


Em 2006,  a seleção foi treinada por Zico.
Escola que evoluiu absurdamente nos últimos 30 anos, o Japão tem melhorado ano a ano.  Conhecido por ter jogadores muito velozes e com bom senso tático, tem também, hoje, jogadores extremamente técnicos. Sob o comando do italiano Alberto Zaccheroni, ex-treinador de Milan, Inter e Juventus, a equipe mostrado notória evolução.

Se hoje não conta mais com os talentosos Hidetoshi Nakata e Shunsuke Nakamura, vê nos pés de Keisuke Honda e Shinji Kagawa sua maior esperança. Além disso, atualmente, a grande maioria dos titulares nipônicos atua na Europa, provando a perceptível evolução japonesa.

Puxando a escalação da nação asiática, Eiji Kawashima será o goleiro titular. Desde 2010 no futebol belga (primeiro no Lierse e agora no Standard Liége), é presença certa na seleção desde 2008 e acumula 54 jogos. Não é muito alto (1,85m), por outro lado é bem ágil. Os outros dois arqueiros japoneses, salvo algum problema inesperado, serão Shüsaku Nishikawa e Shüichi Gonda, os quais atuam no futebol local, por Urawa Red Diamonds e FC Tokyo, respectivamente.

A lateral direita apresenta uma curiosa realidade. As três principais opções do técnico Zaccheroni, atuam na Alemanha e têm relativo destaque. Atsuto Uchida, do Schalke 04, é o melhor deles. Rápido e com boa chegada à linha de fundo é uma peça importante tanto na saída de jogo quanto nos avanços laterais ao ataque. Os outros dois, Hiroki Sakai – do Hannover – e Gotoku Sakai – do Stuttgart – são também escolhas válidas, mas apesar de serem também muito velozes, não tem tanta qualidade técnica. Quem também pode aparecer é o experiente Yuichi Komano, que já defendeu a seleção 79 vezes e atua no Jubilo Iwata. Pelo lado esquerdo não há mistério. Yuto Nagatomo, da Inter de Milão, é titular absoluto e um dos melhores jogadores japoneses, sendo muito efetivo no apoio ao ataque.

A dupla de zaga promete fortes emoções ao torcedor nipônico. De um lado joga Maya Yoshida, do Southampton. Do outro Yasuyuki Konno, do Gamba Osaka. Um alto e o outro baixo – 1,89m e 1,78m. Ambos deficientes com a bola nos pés e muito inseguros. Ao menos, detém algum entrosamento. Alternativas não menos fracas são Masato Morishige e Masahiko Inoha. O primeiro foi autor de um dos gols da última partida do Japão contra a Nova Zelândia, por 4x2.

O meio-campo é o melhor setor da equipe. Apesar de não apresentar forte marcação, seus componentes tratam bem a bola. Mais recuados devem ser titulares Makoto Hasebe, capitão da equipe e jogador do Nuremberg, e Yasuhito Endo. Bom passe e posicionamento são seus trunfos. Caso o treinador opte por uma formação mais marcadora, a opção mais indicada é Hajime Hosogai, ex-Bayer Leverkusen e atualmente no Hertha Berlim.
Última escalação do Japão.

Imediatamente à frente, o técnico italiano mandará a campo uma linha de três meias. Pela direita jogará Shinji Okazaki, o mais fraco e contestado deles. Apesar disso, tem ótima média de gols pela seleção e tem respondido muito mais do que seu concorrente, Hiroshi Kyotake, do Nuremberg – notoriamente mais talentoso. Veloz, Okazaki, que defende o Mainz 05, já marcou 11 gols na atual edição da Bundesliga.

Centralizando o jogo e atuando como cérebro da equipe, Keisuke Honda, do Milan é quem melhor gere a bola japonesa. Com bom passe, visão de jogo e ótima finalização (atributo raro nos jogadores nipônicos) é o jogador da seleção que vive o melhor momento técnico. Pela direita atuará o instável Shinji Kagawa, destaque no Borussia Dortmund e decepção no Manchester United onde, só nos últimos jogos, começou a se destacar.

A “camisa 9” está vaga. Yuya Osako, do Munique 1860, e Yoichiro Kakitani foram as opções mais utilizadas nas últimas partidas da seleção. Contudo, não se pode descartar as presenças do contestado Ryoichi Maeda e do grandalhão Mike Havenaar, avançado do Vitesse. Outra possibilidade real é o avanço de Okazaki para a posição de centroavante com a entrada de Kyotake pelo lado do campo.

Cada vez melhor o Japão, tentará repetir os feitos das Copas de 2002 e 2010, quando avançou as oitavas de finais e se consolidou como nono colocado.


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