Elas vêm aí: México e Nigéria
Depois de contar um pouco do que Itália e Japão, dos craques Andrea Pirlo e Keisuke Honda, trarão à Copa do Mundo, falo dos selecionados mexicano e nigeriano.
MÉXICO
Time base: Ochoa
(Muñoz); Aguilar, Rafa Márquez, D. Reyes (F. Rodríguez), H. Moreno
(Valenzuela), Layún (Guardado); Luís Montes, Medina, H. Herrera (Peña);
Chicharito e O. Peralta (G. dos Santos). Téc. Miguel Herrera
Grupo: A. Com
Brasil, Camarões e Croácia.
Expectativa:
Briga com a Croácia pela segunda vaga.
Histórico:
Participou de 14 Copas do Mundo. 14ª colocada no último mundial.
Como dito, a
zaga deve ser composta por três atletas. Das três vagas só uma está preenchida,
a do capitão Rafa Marquez, zagueiro de reconhecida qualidade técnica e
liderança. Quatro outros defensores disputam as duas vagas restantes, os beques
do América Juan Carlos Valenzuela e Francisco Rodríguez e os “estrangeiros”
Diego Reyes, do Porto, e Héctor Moreno, do Espanyol. A favor dos defensores do
América há o já ressaltado entrosamento. Moreno é, contudo, o mais capacitado
tecnicamente e Reyes o mais jovem e rápido.
Em 1986, os mexicanos ficaram em 6ºlugar |
Seleção que tem sido
uma pedra no sapato da Seleção Brasileira nos últimos tempos, o México só se
deu bem em Copas quando sediou-as. Tanto em 1970, quanto em 1986, os mexicanos
terminaram a competição na sexta posição.
Hoje, a Seleção
aposta seu sucesso em uma base formada por jogadores nacionais e azeitada pelos
destaques mexicanos que atuam fora do país. Bons jogadores como o meia-atacante
Giovani dos Santos e o lateral/meia-esquerda Andrés Guardado, podem acabar
ficando de fora do time titular, que segue capitaneado pelo experiente Rafa
Márquez, ex-Barcelona.
No gol há
indefinição. Guillermo Ochoa, do Ajaccio, é quem mais vezes defendeu o
selecionado Tricolor e, hoje, disputa
a condição de titular com dois goleiros mais experientes, que, no entanto, não
jogaram tantas vezes pela Seleção. Moisés Muñoz, do América, seria uma
alternativa ligada ao entrosamento, uma vez que boa parte da defesa mexicana
deverá ser composta por jogadores de seu clube. Correm por fora, mas com chances,
José Corona, do Cruz Azul e, em último caso, Alfredo Talavera, do Toluca.
Nas laterais há
uma certeza e uma dúvida. Pelo lado direito, há a confiança de que Paul Aguilar, do
América, será o titular e só uma lesão o tomará o posto. Já o lado esquerdo não
está fechado. Miguel Layún, também do América, é o favorito à posição, tendo
disputado a grande maioria dos últimos jogos do México, mas a experiência e
grande qualidade técnica de Andrés Guardado, hoje no Bayer Leverkusen, não pode
ser descartada. Todos estes laterais tem como principal característica o
ataque, avançando sempre e muito, uma vez que, como veremos, a tendência é que
o treinador Miguel Herrera escale a equipe com três zagueiros.
Última escalação do México |
Nas últimas
partidas, o meio-campo afirmou dois titulares e consagrou uma dúvida.
Luis Montes e Juan Carlos Medina, jogadores de León e América, respectivamente,
solidificaram seus lugares no time titular. A dúvida é sobre o terceiro
elemento, que pode ser Carlos Peña ou Hector Herrera. O primeiro, jogador do
León, embora não tenha a qualidade de seu “rival”, vive um momento extremamente
superior e traz consigo o entrosamento com Luis Montes. Já Herrera, que chegou
ao Porto como a grande esperança para o lugar de João Moutinho, vive uma
temporada muito instável. Todas as opções tem atuado mais ao centro, permitindo
os avanços dos laterais da equipe.
No ataque parece
não haver dúvida e a equipe deve ir a campo com os artilheiros Chicharito
Hernández, do Manchester United, e Oribe Peralta, do León. Pela seleção, a dupla
soma 51 gols em 88 jogos, boa média.
Apesar dessa
tendência nacional, muitos jogadores foram testados no último ano e novidades
podem aparecer. Certa mesma é a ausência do excelente atacante Carlos Vela, da
Real Sociedad, como já afirmado pelo próprio jogador. Resta saber como e se
haverá o encaixe de bons jogadores como Giovani dos Santos, atualmente no
Villarreal.
Entrosada e
comprometida, a seleção mexicana tem condições de avançar de fase na Copa. Tudo
dependerá, sobretudo, do que fizer na partida contra os croatas.
NIGÉRIA
Time base:
Enyeama (Ejide); Ambrose, Oboabona, Egwuekwe (Omeruo), Elderson; Mikel, Onazi
(Mba); Musa, Moses, Oduamadi; Emenike. Téc. Stephen Keshi
Grupo: F. Com
Argentina, Bósnia e Irã.
Expectativa:
Briga pela classificação às Oitavas de Finais.
Histórico: Disputou
quatro Copas. 27ª colocada no último mundial.
Iniciando as
jogadas ofensivas da equipe e destruindo as adversárias, a Nigéria conta com
uma dupla de muita força e vitalidade. Apesar dos 26 anos, John Obi Mikel, do
Chelsea, é um dos jogadores mais experientes da equipe e uma das grandes
referências. Volante alto, impõe-se no meio-campo, tendo boa qualidade nos
desarmes. A seu lado deve jogar Ogenyi Onazi, da Lazio. Mais móvel que Mikel, o
jovem de 21 anos, tem qualidade na transição do meio-campo para o ataque e
muita disposição. Contudo é, às vezes, violento. A principal alternativa para o
setor é Sunday Mba do CA Bastia, da segunda divisão francesa.
Em 1998, Jay Jay Okocha era um dos grandes destaques. |
Renovado, o
selecionado nigeriano está passando por um processo de reconstrução. Desde o
fracasso na Copa Africana de Nações de 2012 – quando sequer se classificou para a disputa –, o
técnico Stephen Keshi tem testado muitos jogadores. Os principais destaques da
seleção são ainda muito jovens e talvez não estejam prontos para o grande
desafio que representa a Copa do Mundo. Apesar disso, os africanos já obtiveram
êxitos. Na Copa Africana de Nações de 2013, a Nigéria conquistou seu terceiro
título do torneio.
Como sempre, os
nigerianos trarão um jogo de muita velocidade e luta, mas, certamente, alguns
jogadores ainda estarão “verdes”. Victor Moses, Ahmed Musa, Ogenyi Onazi e
Oboabona, são exemplos de jogadores
ainda muito jovens (todos com no máximo 23 anos).
Para o gol a
equipe vem com uma dúvida. Vincent Enyeama ou Austin Ejide? Os dois arqueiros
tem se revezado na posição e o titular só será definido às vésperas da
Copa. Enyeama, goleiro do Lille, é mais experiente e tem melhores reflexos, mas
é relativamente baixo (1,82m). Já Ejide, que atua no futebol israelita, tem
alguns centímetros a seu favor (1,90m). O terceiro goleiro deverá ser Chigozie
Agbin, do Gombe United, da própria Nigéria.
As laterais
deverão ser compostas pelo zagueiro do Celtic Efe Ambrose, do lado direito, e
pelo ala do Monaco, Elderson Echiéjilé. O primeiro é um defensor, ficando
restrito às funções de resguardo, sendo, na prática um zagueiro direito. Já
Elderson é muito ofensivo, sendo útil na saída de bola da equipe, na
aproximação com meias e atacantes. Caso opte por um lateral direito de ofício,
Keshi poderá escalar Kenneth Omeruo, jovem de 20 anos que pertence ao Chelsea,
mas está emprestado ao Middlesbrough.
A zaga, a
princípio será formada por outros dois jogadores de pouca experiência. Godfrey
Oboabona, do Rizespor da Turquia – e que foi alvo de Arsenal e Newcastle na
última janela de verão –, e Azubuike Egwuekwe, que atua no futebol local tem
sido as escolhas preferidas do treinador. O primeiro tem mais velocidade e
mobilidade, já o segundo mais posicionamento e um forte jogo aéreo (possui 1,95m). Entretanto, se Omeruo for o escolhido
para jogar na lateral direita, Ambrose pode ser deslocado para a defesa,
ganhando a vaga de Egwuekwe.
Última escalação da Nigéria |
Mais à frente jogará um
tridente que combina velocidade, habilidade e muita movimentação, mas é, por
vezes, excessivamente individualista e peca muito nas finalizações. Pela
direita há a presença de Nnamdi Oduamadi, jogador do Milan e que está
emprestado para o Varese. Pelo centro, Victor Moses, jogador do Chelsea,
emprestado ao Liverpool, que viveu altos e baixos no clube londrino e é agora
reserva na terra dos Beatles. Pela esquerda atua o mais promissor dos três,
Ahmed Musa, atacante do CSKA, que anotou sete gols na atual edição do
Campeonato Russo. Outros jogadores que podem aparecer nessas funções são Brown
Ideye, do Dynamo de Kiev, e o experiente Victor Obinna, atualmente no Chievo.
No centro do
ataque, a não ser que ocorra alguma lesão, o titular será Emanuel Emenike,
centroavante do Fenerbahçe, que atuou no Spartak Moscou. Forte como um tanque,
o atacante vive bom momento. Na temporada, em 34 jogos, marcou 15 gols e criou
oito assistências. Quem ganhou oportunidades recentemente e pode ocupar o lugar
de Emenike, caso este não possa jogar, foi o experiente atacante do Newcastle,
Shola Ameobi.
Em evolução, é
difícil determinar o que se poderá esperar do time nigeriano. Como dito,
velocidade e força não faltarão. Num grupo com equipes, de certa forma,
imprevisíveis – Bósnia e Irã – tudo é possível.
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