Craques das Copas: 1934 e 2006

Dando continuidade à série sobre os grandes craques da história das Copas do Mundo, depois de falar de Héctor Scarone (1930) e Andrés Iniesta (2010), trato dos grandes destaques das Copas de 1934 e 2006, ambas vencidas pela Itália.




1934 – GIUSEPPE MEAZZA (ITA)

Ficha técnica

Nome: Giuseppe Meazza

Data de nascimento/falecimento: 23 de agosto de 1910/ 21 de agosto de 1979

Local de nascimento: Rapallo, Itália

Carreira: Internazionale (1927-1940), Milan (1940-1942),  Juventus (1942-1943), Varese (1944),  Atalanta (1945-1946), Internazionale (1946-1947)

Títulos: Serie A (1929-1930, 1937-1938 e 1939-1940), Coppa Italia (1939), pela Internazionale, Copa do Mundo (1934 e 1938), Dr. Gero Cup (1927/1930 e 1933/1935), pela Itália.

Provavelmente o primeiro grande craque de uma linhagem nacional, que contou com nomes do porte de Gianni Rivera, Roberto Baggio, Francesco Totti e, atualmente, Andrea Pirlo, Giuseppe Meazza foi, juntamente com Giovanni Ferrari, Guido Masetti e Eraldo Monzeglio,  um dos quatro primeiros bicampeões mundiais da história.

Grande craque da Squadra Azzurra, Meazza estreou pela Internazionale, então conhecida como Ambrosiana, aos 17 anos, como centroavante. Com o tempo, firmou-se na faixa direita do ataque. Elegante, espantou o mundo com excepcional qualidade nas finalizações e habilidade de drible. O italiano ficou famoso pela facilidade que tinha para humilhar os grandes defensores da época.

Para muitos o maior jogador italiano de todos os tempos, Meazza, que atuou pelos rivais Inter, Milan e Juventus, foi rejeitado, quando jovem, pelo Milan, ganhando oportunidade na Inter, que defenderia por longos anos e  se tornaria o maior ídolo de sempre. A qualidade e importância do craque era tanta, que seu treinador na Seleção Italiana, Vittorio Pozzo, disse certa vez que “tê-lo em sua equipe significava que você começava todos os jogos com 1x0 de frente.” Pozzo também exaltava sua técnica: “Ele era um atacante nato. Ele podia ler o jogo, compreender situações e fazer todo o trabalho do ataque, aplicando um conceito de jogo baseado inteiramente na técnica.”

Na Copa do Mundo de 1934, na própria Itália, Meazza foi eleito o melhor jogador da competição. Tendo disputado todas as cinco partidas da equipe, o craque anotou dois gols, um na partida de estreia contra os EUA (7x1) e outro na partida de volta contra a Espanha nas quartas de finais (1x0). Na competição, os italianos enfrentaram, ainda, a fantástica e reverenciada seleção austríaca e a Tchecoslováquia.

Em prêmio oferecido pela FIFA ao melhor jogador do século, Meazza ocupou a 21ª colocação, em uma lista que considerou 66 nomes. Até os dias atuais, o craque ocupa a segunda colocação na artilharia histórica da Seleção Italiana. Em 53 partidas disputadas, marcou 33 gols, ficando atrás apenas do artilheiro Luigi Riva, que anotou 35 tentos.

Posteriormente, Giuseppe Meazza também atuou como treinador, tendo liderado a Atalanta, Internazionale, Besiktas, Pro Patria e a Seleção Italiana. Sua importância para o futebol italiano é tão grande que, desde 1980, o craque dá nome ao principal estádio de Milão.

2006 – FÁBIO CANNAVARO (ITA)

Ficha técnica

Nome: Fabio Cannavaro

Data de nascimento: 13 de setembro de 1973

Local de nascimento: Nápoles, Itália

Carreira: Napoli (1992-1995), Parma (1995-2002), Internazionale (2002-2004), Juventus (2004-2006), Real Madrid (2006-2009), Juventus (2009-2010), Al Ahli (2010-2011).

Títulos: Coppa Italia (1998-1999 e 2001-2002), Supercoppa Italia (1999) e UEFA Cup (1998), pelo Parma, Serie A (2004-2005 e 2005-2006 – títulos revogados em função de escândalos de manipulação de resultados), pela Juventus, La Liga (2006-2007 e 2007-2008) e Supercopa de España, pelo Real Madrid, Euro Sub-21 (1994 e 1996) e Copa do Mundo (2006), pela Itália.


Membro da segunda melhor defesa da Copa do Mundo de 2006 – que sofreu apenas dois gols em sete partidas – Fabio Cannavaro, que, ao final daquele ano, receberia o prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA (talvez o prêmio mais contestado da história), fez uma Copa do Mundo impecável. Sua qualidade técnica e liderança foram determinantes para a conquista do título italiano. Se na técnica e na beleza de jogo, o melhor jogador da competição foi Zinedine Zidane, não é possível esquecer a cabeça dada no zagueiro Marco Materazzi – uma mácula em sua participação.

O defensor italiano, capitão da Squadra Azzurra, atuou, integralmente, em todos os jogos da competição, sem sofrer um cartão sequer. Na finalíssima, em Berlim, contra a França – vitória itálica nos pênaltis – sua atuação obteve tamanho destaque que o zagueiro, então na Juventus, recebeu a alcunha de “Muro de Berlim”, em alusão, óbvia, ao muro que dividiu, por mais de 28 anos, a Alemanha em duas, a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental.

O Capitano é o segundo jogador que mais vezes envergou o manto Azzurri. Conquanto não fosse um zagueiro alto, tendo apenas 1,76m, tinha uma impulsão assombrosa e um senso de posicionamento formidável, que garantiam-lhe grande presença de área e ajudaram-no a se tornar um dos maiores zagueiros da história do futebol. Outras belas características do italiano eram a qualidade nos desarmes, a velocidade o grande vigor físico.

Outro ponto que tornou o desempenho de Cannavaro ainda mais expressivo foi o fato de ter perdido, durante a Copa do Mundo, por lesão, seu companheiro de defesa, o milanista Alessandro Nesta. Em seu lugar entrou Materazzi, defensor notoriamente menos técnico e confiável. Todavia, Il Muro di Berlino continuou mostrando desempenho extraordinário, escrevendo seu nome na história das Copas do Mundo. Além da atuação monstruosa na final, o zagueiro também foi fundamental na semifinal contra a anfitriã Alemanha, vitória conquistada na bacia das almas, na prorrogação, no minuto 119.

Obviamente, Fabio Cannavaro integrou a Seleção da Copa do Mundo. Em uma escolha que considerou 23 nomes, integrou o setor defensivo com nomes do porte de Roberto Ayala, John Terry, Lilian Thuram e Ricardo Carvalho.

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