A renovação hispânica
Não há como negar. A Espanha
fracassou no mundial deste ano. O controle de meio-campo esperado por parte do
escrete de Xavi Hernández, Xabi Alonso, Andrés Iniesta e companhia não foi visto. Por
outro lado, um estilo de jogo extremamente apático tomou conta da equipe. O
ataque, que outrora contou com a boa fase de Fernando Torres e David Villa, foi
inoperante com Diego Costa, que muito lutou, mas poucas bolas recebeu. Assim, o
time, que segue comandado por Vicente Del Bosque, tem apresentado novas peças.
No gol, o ídolo e capitão Iker
Casillas ainda está sendo convocado, mas vê David de Gea, titular em duas das
quatro partidas no pós-Copa, ganhar espaço. Pepe Reina e Victor Valdés,
machucados, estão perdendo espaço para Kiko Casilla, arqueiro do Espanyol, que
desempenhou ótimo papel na última temporada e cuja inclusão no elenco que
disputou a Copa do Mundo foi pedida.
As laterais têm peças muito bem
definidas, e algumas possíveis novidades. Pelo lado direito, três jogadores
disputam a posição: Cesar Azpilicueta, Juanfran e Daniel Carvajal. O tempo de
Álvaro Arbeloa, antiga opção para o setor, passou e o jogador aposentou-se da
Seleção. Azpilicueta vive ótimo momento no Chelsea e é opção para a lateral
esquerda, motivo pelo qual é presença certa nesse novo momento. Juanfran também
vive excelente forma no Atlético de Madrid, mas tem contra si a idade, já
possuindo 29 anos. Carvajal, por sua vez, não tem tido tanto destaque no Real
Madrid, mas é jovem.
Do lado esquerdo, é muito difícil
que Jordi Alba perca sua condição de titular, uma vez que é extremamente
estável, ainda é jovem e está ambientado à Seleção. Para compor o setor, duas
figuras apresentam-se como opções, Alberto Moreno, que ficou entre os 30
convocados para a Copa do Mundo e vive período de adaptação no Liverpool, e Juan
Bernat (foto) que, surpreendentemente, assumiu a titularidade no Bayern de Munique e
que, com rara felicidade, marcou em sua estreia pela Seleção.
A zaga é o setor que menos deverá
se alterar no futuro breve. Gerard Piqué e Sergio Ramos devem seguir sendo os
titulares, muito em função das poucas opções. Na mesma esteira, Raúl Albiol
tem sua convocação praticamente certa nos próximos tempos. A novidade
recente é Marc Bartra, defensor muito irregular e contestado do Barcelona. Outras figuras
que podem aparecer são Mikel San José, recentemente convocado para o encontro
contra a Macedônia, e Iñigo Martínez, promissor defensor da Real Sociedad.
No meio-campo, que não mais conta
com Xavi e Xabi Alonso, aposentados, e, de momento, também tem ausentes Javi
Martínez (opção para a zaga), Thiago Alcântara, David Silva, Cesc Fàbregas e
Andrés Iniesta, lesionados, três jogadores se apresentam como novas e reais possibilidades
para o time titular, Raúl García (foto) e Koke, do Atlético de Madrid, e Isco Alarcón,
que tem reconhecido talento e ganhou oportunidades no Real Madrid com a recente
lesão de Gareth Bale. Ander Herrera também espera uma chance.
Opções mais defensivas, Ander
Iturraspe e Ignacio Camacho são novas alternativas, mas não devem ganhar a
posição de Sergio Busquets. Outro (re)convocado recente, Bruno Soriano já
possui 30 anos e não deve ter futuro na Fúria. Asier Illaramendi é outra possibilidade que deve ser testada no futuro próximo.
O ataque, que vê em Diego Costa
sua principal referência, tem novas e reais opções. Vivendo péssimo momento em
sua carreira, Fernando Torres não deve voltar aos planos e David Villa
aposentou-se. Opções como Álvaro Negredo e Roberto Soldado também vivem mau
momento em suas carreiras. Assim, Paco Alcácer (foto), Rodrigo Moreno e Álvaro
Morata, que vivem boa fase em seus clubes, estão ganhando oportunidades. Destes,
Alcácer é quem vive melhor momento, tendo sido autor de três das quatro
partidas que disputou pela Espanha.
Alternativas de lado de campo,
José Callejón e Nolito, surpresa do Celta de Vigo, foram convocados em função
de seu grande momento e terão que desempenhar bom papel para permanecem
selecionáveis, afinal já possuem 27 anos e uma concorrência forte. Remanescente, Pedro Rodríguez deve manter-se, pois tem em sua versatilidade uma qualidade
importante. Jogadores jovens que podem ganhar espaço nessa posição são Munir El
Haddadi nova promessa entusiasmante do Barcelona e Gerard Deulofeu, que há
tempos promete. Denís Suárez, que vive excelente momento no Sevilla, e Jesé
Rodríguez, que está retornando de lesão, também pleiteiam uma oportunidade.
Neste momento, del Bosque faz um
laboratório em sua Seleção. Jogadores que vivem bom momento em suas carreiras estão
ganhando oportunidades e uma continuidade dependerá de seu desempenho. Algumas
figuras, obviamente, seguem na equipe, mas não há como negar que uma renovação
profunda – em termo de nomes – está sendo tentada. O estilo de jogo, contudo,
não deve sofrer mudanças substanciais. Conseguirá reviver o sucesso dos últimos
anos? O trabalho está sendo feito nesse sentido.
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