Eibar: uma surpresa positiva

Com o término da última temporada, uma novidade aportou na Primeira Divisão da Espanha. Pela primeira vez em sua história, o modesto SD Eibar ascendeu à elite, mas, imediatamente, teve problemas. Com orçamento precário, quase não conseguiu angariar o capital necessário para poder disputar La Liga. Para isso, contou com a colaboração do torcedor em campanha promovida para conseguir os referidos valores. Ao final, levantou o montante necessário, mas, ainda assim, esperava-se um desempenho fraco de um clube tão modesto, o que, até agora, tem se provado um total engano.




O elenco do time, que hoje vale cerca de £ 22MI, segundo o site Transfermarkt, sofreu algumas modificações e alguns contratados têm se mostrado acertos de rara acurácia. A única perda significativa do clube foi a do meia-atacante Jota, grande destaque do time na Segunda Divisão e autor de 11 gols em 13-14. Por outro lado, importantes reforços chegaram. Por empréstimo, chegaram os experientes Derek Boateng, com vasta passagem pela Seleção Ganesa, Manu del Moral, ex-Sevilla, o centroavante Federico Piovacarri, ex-Inter e Sampdoria, e o lateral esquerdo Abraham, com passagens pelo Barcelona B e pelo Zaragoza.

Em definitivo chegaram também o “assistente” Saúl Berjón, que conferiu 20 passes para gol na última temporada – atuando pelo Murcia – e que nessa já proferiu três, e o zagueiro Borja Ekiza, ex-Athletic Bilbao. No campo, os Armeros têm feito exatamente o que se espera de um clube de seu porte, vencer os rivais da parte de baixo da tabela e ser minimamente regular contra as equipes mais fortes.

Até o momento, vitimou Real Sociedad, Elche, Rayo Vallecano, Celta de Vigo e Almería, e só foi derrotado uma vez para um clube da parte inferior da tabela, o Deportivo La Coruña. Evidentemente, não se poderia esperar bons resultados contra Atlético de Madrid, o Barcelona ou o Real Madrid, e uma derrota frente ao Málaga fora de casa é plenamente aceitável. O interessante é que o clube também não precisou adotar uma postura acovardada para conseguir esse desempenho.

Nono colocado, tem o sétimo melhor ataque da competição e a décima melhor defesa. A marca, em si, não é nada fantástica, mas tem impressionante relevância, sobretudo considerando a conjuntura do clube, que manda seus jogos no modesto Estádio Ipurua, com capacidade para exíguos 5.250 torcedores.

Seus destaques individuais são o atacante Mikel Arruabarrena (foto), remanescente da última temporada e que já marcou quatro gols e proveu duas assistências e o já citado Saúl. Entrementes, o que chama a atenção é a organização coletiva do time, que tem atuado em um 4-2-3-1, que, eventualmente, varia para um 4-4-2 tradicional ou mesmo para um 4-6-0, com o recuo dos atacantes, que passam a integrar a linha dos médios. O time não é “cauteloso”, mas conta com grande solidariedade da parte de seus integrantes.

É absolutamente óbvio que as aspirações máximas da equipe são uma posição na metade da tabela e que não se deve esperar feitos mais expressivos do modesto Eibar. No entanto, o fato de não devermos esperar coisas maiores, não permite que pensemos no clube como um time fracassado, muito pelo contrário. Com o menor orçamento da liga e o elenco mais barato, o clube basco tem sido gigante e seus jogadores mostram-se verdadeiros heróis. Para já, temos que reconhecer, o clube tem superado as expectativas e é uma surpresa positiva. 

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