Pjanic, um talento muitas vezes esquecido

Um dos protagonistas de uma geração Bósnia que marcou história ao conduzir o país do Leste Europeu a sua primeira Copa do Mundo, desde que chegou à Roma, Miralem Pjanic vem se confirmando um grande organizador de jogo e mostrando importante evolução. Apesar disso, muitas vezes é um nome esquecido quando se pensa nos grandes jogadores de sua posição. 



Nascido na antiga Iugoslávia, em um contexto de tensão que logo deu lugar a guerra e sangue, o jogador deixou o país muito cedo, rumando para Luxemburgo, onde seu pai trabalhava. Na sequência, já um adolescente, foi à França, onde foi criado enquanto futebolista e recebeu suas primeiras oportunidades no esporte. Sua formação profissional se deu no FC Metz - tendo estreado com apenas 17 anos -, mas foi no Lyon que o público mundial se atentou para seu talento

Como é peculiar aos bons jogadores saídos de sua região, Pjanic destaca-se por sua apurada técnica. Com extremo domínio da bola, o bósnio tem ótima qualidade em quase todos os fundamentos necessários às funções de armação e criação. O camisa 15 da Roma tem visão de jogo, bom passe, cobra bem faltas e possui uma boa capacidade nos dribles. 

No entanto, pesa contra si outra característica comum às figuras do Leste Europeu: é algumas vezes inconstante e em outros turnos padece de uma certa indolência. Essas particularidades mostravam-se especialmente acentuadas em seu início de trajetória no Lyon. Apesar disso, nas últimas temporadas tem-se visto cada vez menos essa faceta do atleta, que mostra mais confiança, acumula bons números na temporada atual e nas outras mais recentes. 

Com o passar dos anos, Pjanic vem mostrando uma importante evolução em sua capacidade para marcar gols, criar muitas assistências e distribuir bons e acurados passes. 

"Ele (Pjanic) está ganhando experiência, é o mestre de nosso jogo: está muito bem e tem conseguido mostrar todo o seu talento", disse o treinador Rudi García no final do mês de outubro último. 

Confira alguns números das últimas temporadas do Bósnio: 



Diante disso, era esperado que o atleta fosse mais cobiçado pelo mercado e lembrado pelos amantes do esporte por seu bom futebol, algo que é comumente ignorado. A razão não é possível aferir, mas pode estar ligada ao fato de o jogador atuar na enfraquecida liga italiana e, a despeito das últimas boas temporadas, em uma equipe que nada conquista há tempos. Além disso, em ocasiões anteriores, nos últimos anos, o jogador sempre foi taxativo ao negar uma eventual transferência:"por que eu deveria deixar a Roma?", disse em outubro de 2014.

Em sua primeira temporada no clube sob o comando de Rudi García, peça fundamental em sua evolução, montou um trio poderoso com o experiente Daniele De Rossi e o holandês Kevin Strootman.

Com as muitas lesões sofridas por este último, o meio-campo Giallorosso passou a contar regularmente com o belga Radja Nainggolan. O que se extrai disso? É simples. Rodeado por jogadores de forte marcação, Pjanic tem tido espaço para brilhar. Isso, aliado à velocidade e movimentação dos pontas - hoje Gervinho, Iago Falqué, Mohamed Salah e Juan Iturbe -, criou o cenário quase perfeito para o trabalho do bósnio, que tem proteção e opções para passar a bola. 

"Meu jogo é um pouco diferente do que vocês viram no Lyon. Estou mais maduro e tenho muito mais experiência, mas é verdade que o estilo do treinador se encaixa bem no meu. Ele acredita muito no meio-campo e permite-nos orquestrar o jogo, então eu tenho muito mais responsabilidade", disse o jogador de 25 anos, ainda em fevereiro de 2014. 

Ao final da temporada 2013-2014, seu nome foi ventilado em equipes como Barcelona e Paris Saint-Germain, mas, como dito, o jogador recusou qualquer possibilidade de saída, posto que é adorado pela torcida da Roma e encontrou na equipe um esquema que potencializou sua qualidade. Assim, segue um pouco marginalizado, mas fazendo bonito e dando prazer àqueles que acompanham a Roma.

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