O futuro de Luan precisa ser bem pensado

Um dos maiores destaques da bela campanha do Grêmio no Brasileirão de 2015, Luan está sendo envolvido em um grande número de rumores quanto ao seu futuro. Seu nome já foi ligado a clubes espanhóis, ingleses e a mais recente especulação o coloca na mira do futebol chinês, que estaria disposto a fazer uma proposta milionária para contar com seu futebol (em torno de US$ 17 milhões). Com notória evolução de 2014 para 2015, o atacante está em ascensão e uma decisão errada neste momento poderia prejudicar seu desenvolvimento.



Aos 22 anos, o paulista de São José do Rio Preto evoluiu assustadoramente desde a chegada de Roger Machado ao comando do Tricolor Gaúcho, consolidando-se um jogador extremamente útil tatica e tecnicamente e afastando algumas críticas feitas em seu início de trajetória, quando abusava de sua individualidade e muitas vezes tomava decisões discutíveis. Hoje, Luan é referência pelas boas estatísticas e pelo papel que exerce em campo.

Segundo o site Footstats, ao lado de Giuliano, Luan é o jogador do Grêmio que mais criou assistências no Brasileirão, é o que mais finalizou, o que mais driblou e o que mais gols anotou com a camisa do Imortal, com 10 tentos. Por mais que ainda peque em algumas ocasiões, como demonstra seu recorde como o jogador que mais perdeu a bola no Campeonato, o nível de suas atuações aumentou assustadoramente, o que também se justifica com a liderança de outra estatística: Luan é o jogador mais caçado da primeira divisão brasileira, tendo sofrido 105 faltas.

Foto: Footstats
Durante o torneio, o garoto desempenhou funções distintas, tendo sido eficiente como “falso 9”, como meia-atacante e pelos flancos e também chamou atenção pelo repertório de dribles e até mesmo em cobranças de falta. Se não é um craque, já mostrou em algumas ocasiões que é acima da média no país e pode ter até mesmo um futuro com a camisa da Seleção Brasileira. Apesar disso, a sequência de sua carreira pode também determinar os rumos da mesma.

Desportivamente, permanecer no Grêmio seria possivelmente o melhor caminho para o jogador no momento, uma vez que vive boa fase, é titular, tem sido observado de perto e convocado frequentemente para a Seleção Olímpica e poderá disputar a Copa Libertadores da América do próximo ano, aumentando sua exposição. No entanto, o lado financeiro exerce grande influência em momentos como o vivido por Luan e pode ser determinante para a tomada da decisão que decidirá seu futuro.

Os rumores de um futuro em grandes clubes de Espanha e Inglaterra podem empolgar, mas é difícil imaginá-lo cavando espaço nessas equipes e sendo opção regular – ao menos no primeiro momento. É claro que a oportunidade de se testar e evoluir em um grande centro europeu poderia trazer benefícios inimagináveis e levá-lo a outro patamar de qualidade. Tudo depende dos objetivos do jogador em sua carreira. Além disso, diante do exemplo recente de Kenedy, que deixou o Fluminense e já recebe oportunidades regulares no Chelsea, pode até ser que o jogador mude para uma grande equipe e de plano atue com frequência.

Por outro lado, é difícil imaginar como uma saída para a China poderia beneficiá-lo. Jogando um torneio pouco competitivo – dominado pelo Guangzhou Evergrande, atual pentacampeão – e longe dos holofotes, Luan poderia ser esquecido e/ou ver seu crescimento estagnar. Até o momento, nenhum brasileiro que foi para a China deixou-a por um grande centro do futebol mundial; a maioria dos que lá estiveram recentemente retornou ao Brasil ou partiu para outras empreitadas pelo oriente.

O vice de futebol do Grêmio, César Pacheco, garante que o jogador não sairá antes da disputa da Copa Libertadores da América de 2016, mas dependendo da proposta será muito difícil evitar a venda do jogador, que tem 70% de seus direitos econômicos vinculados ao clube gaúcho.

Com o iminente fim do Brasileirão, a tendência é o aumento das especulações em torno do nome de Luan, que, juntamente com o clube, precisará avaliar seu futuro e refletir sobre os caminhos possíveis e as consequências que podem advir de suas escolhas. Aos 22 anos, não é fácil tomar esse tipo de decisão, mas deverá ser necessário.

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