Desde sua saída do Barcelona,
Guardiola, treinador formado pelo próprio clube catalão, detentor de uma ideia
de jogo muito própria, de posse de bola, administração da bola e intensa
movimentação de todos os jogadores de linha, vinha sendo pretendido por uma
infinidade de clubes.
Times do porte do Chelsea, Manchester City, Inter de Milão e até mesmo o Manchester United onde era cotado para fazer a sucessão de Sir Alex Ferguson, o queriam. Até mesmo a seleção canarinha (embora este interesse tenha sido negado pela CBF) especulou sua contratação. Por fim no dia 16 de janeiro deste ano, saiu a confirmação de que o disputado mestre assumiria o Bayern de Munique ao fim da temporada européia. Mas, quais fatores o levaram a esta decisão? Aqui uma breve lista de possíveis explicações para sua escolha.
Solidez e regularidade históricas
em campeonatos

Fora os torneios nacionais, o Bayern ainda tem uma tradição imensa na Europa tendo conquistado quatro vezes a Liga dos Campeões e uma vez a Liga Europa. É inclusive o atual vice-campeão da Liga dos Campeões e um dos favoritos ao caneco desta temporada.

Trabalho conceitual de base e
organização clubística
Se há um clube que se assemelha
ao Barcelona no quesito trabalho de base este é o Bayern de Munique. Se não
apresenta os 65% de atletas formados em casa do Barcelona (considerando Piqué,
Fábregas e Alba que saíram e retornaram posteriormente), tem mais da metade de
seu time habitual formado em casa. No total 38% de seu elenco saíram de sua
base, mas, seis atletas são titulares normalmente (Lahm, Badstuber, Alaba,
Kroos, Schweinsteiger e Müller).
O conceito trabalhado na base não
é o mesmo do Barça, mas ele existe. Em Munique não é incutida aquela
mentalidade de trabalho técnico acima de tudo do Barcelona, mas uma mentalidade
de que o importante é a vitória. Nota-se isso nos jogadores profissionais. O
choro de Schweinsteiger após a derrota para o Chelsea na última Liga dos
Campeões denotou isso. São atletas de boa técnica e liderança indiscutível. Um
perfil distinto do azul-grená, mas é um perfil definido. E poucos são os clubes
que podem se gabar de ter isso.
Aliada a isso, e talvez determinante
para esse sucesso, é a administração do clube. Majoritariamente chefiado por
pessoas com passado no clube como o presidente Ulrich Hoeneß e o chefe
executivo Karl-Heinz Rummenigge o Bayern de Munique é administrado por quem
entende do riscado e do Bayern e isso faz uma tremenda diferença. Apenas 18,2%
das ações do clube não pertencem ao próprio clube (na forma da empresa FC
Bayern München AG). Diferente mais
não tanto, o Barcelona tem sua administração ligada aos sócios do clube. É
gente que gosta e só quer o bem do clube em primeiro lugar administrando os
dois clubes. Mais um atrativo do clube Bávaro.
Verba disponibilizada
Como não se vive no futebol sem
dinheiro esse fator não pode ser descartado. Foram oferecidos €278
MI para gastos com a equipe para Guardiola. Uma fortuna. Ainda mais para
reforçar um clube já poderosíssimo. Os alvos? Jogadores jovens como Mario
Gotze, Neymar, Isco e Bale.
É claro que o Bayern não é o
Barça, mas como demonstrado não é tão diferente assim. Se tiver a autonomia desejada
e tempo, Guardiola pode conquistar muito com o Bayern. A expectativa é imensa
e, ao contrário dos pessimistas que dizem ser fácil treinar o Barcelona e que o
técnico Catalão não é isso tudo, acho que Guardiola dará conta do recado. É
esperar para ver.
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