Times de que Gostamos: Manchester United 1998-1999

Depois de contar ao leitor algumas lembranças do grande time do Valencia campeão espanhol na temporada 2001-2002, apresento o grandioso Manchester United 1998-1999. Um grande time, com grandes feitos. O ponto alto de uma geração de garotos de ouro.


Em pé: Schmeichel, Yorke, Andy Cole, Johnsen, Stam, Giggs.
Agachados: Blomqvist, Butt, Beckham, Gary Neville e Roy Keane.

Time: Manchester United

Período: 1998-1999

Time Base: Schmeichel, Gary Neville, Johnsen, Stam, Irwin; Roy Keane, Paul Scholes, David Beckham, Ryan Giggs; Andy Cole e Dwight Yorke. Téc.: Alex Ferguson

Conquistas: Campeonato Inglês, UEFA Champions League, F.A. Cup e Intercontinental


A ascensão de jogadores criados nas categorias de base de grandes times sempre geram questionamentos. Muitos grandes atletas, em potencial, sucumbem logo no início e não evoluem. Imagine, então, os possíveis efeitos do lançamento de uma geração inteira de jovens. Agora, imagine que o clube tratado é o Manchester United.

Difícil? Não para Ryan Giggs, Paul Scholes, David Beckham e companhia. Eles não sucumbiram, e junto dos experientes Peter Schmeichel e Denis Irwin, conduziram os Red Devils ao verdadeiro sonho na temporada 1998/1999.

Defendendo a meta vermelha, estava Schmeichel (foto), grande goleiro dinamarquês. Na temporada 1998-1999, sua última pelo United, foi vital. O jogador, que foi definido por Sir. Alex Ferguson como a barganha do século, pelo seu baixo custo quando foi contratado em 1991, foi também o capitão da equipe na histórica conquista da Europa, contra o Bayern de Munique. Na ocasião, nos acréscimos do encontro, em dois escanteios, o clube virou um jogo praticamente definido . Gols de Teddy Sheringam e Ole Gunnar Solskjaer, após cobranças de David Beckham. Entre 1991 e 1999, Schmeichel jogou 292 jogos pelos Red Devis.

A dupla de zaga, composta pelo holandês Jaap Stam (foto) e pelo norueguês Ronny Johnsen, tinha como pontos fortes a força e o jogo aéreo. Em seu desfavor, estava a falta de velocidade. Apesar disso, do jeito que a equipe jogava, os zagueiros ficavam pouco expostos, de forma que a lentidão não prejudicava sobremaneira a equipe. Ademais, como dito, no jogo aéreo e no corpo a corpo os beques levavam grande vantagem sobre os adversários.

As laterais tinham dois jogadores de características diferentes. Então jovem e com ótimo vigor físico, Gary Neville (foto) fazia a lateral direita como poucos. Bom no ataque e seguro na defesafoi mais um dos grandes símbolos da geração de ouro de Manchester. Do outro lado, o jogo era mais seguro com Denis Irwin, jogador que tinha características mais defensivas. Curiosamente, o lateral esquerdo era destro. A consequência? Jogava em qualquer posição do setor defensivo. À época já era experiente, com 34 anos.

No meio campo, havia ótimas opções. Na proteção à zaga, Ferguson dispunha do irlandês Roy Keane, seu capitão. Apesar de ser por vezes muito violento, o volante tinha muita categoria. Combinando força, técnica e ótimo posicionamento, o irlandês era o esteio da equipe. Imediatamente à frente do camisa 16, jogava o ruivinho Paul Scholes (foto). Dono de absurda capacidade atlética, grande visão de jogo e ótima precisão de passes, era o principal organizador da equipe.

Abertos pelos flancos de uma linha de meio-campo tradicional, composta por quatro homens, jogavam o inglês David Beckham, pela direita, e Ryan Giggs (foto), pela esquerda, dupla que dispensa apresentações. Eles se completavam. Se Beckham tinha como ponto forte a precisão cirúrgica de passes, lançamentos, cruzamentos, escanteios e faltas, Giggs tinha o drible, a imprevisibilidade. Na temporada em foco, o inglês foi o segundo colocado no prêmio de melhor do mundo, ficando atrás do brasileiro Rivaldo, à época no Barcelona.

No comando do ataque, jogavam  Andy Cole e Dwight Yorke (foto). Ambos tinham em comum o ótimo faro de gol, todavia, dispunham de características distintas. Enquanto Cole tinha mais velocidade e facilidade de criar jogadas, Yorke jogava mais fixo na área adversária, sendo um típico centroavante, dono de grande colocação. Juntos, eram, indubitavelmente, temidos pelos adversários e formavam uma dupla de grande letalidade.

No banco de reservas, também havia ótimos jogadores à disposição do treinador. Da mesma geração de Scholes, Beckham e Giggs, o clube dispunha do polivalente Phil Neville, irmão de Gary, que atuava pelas duas laterais e como volante, e também de Nick Butt, reserva natural de Scholes. A principal opção para um jogo pelas pontas era o sueco Jesper Blomqvist. E, para o ataque, o clube tinha a sua disposição as grandes estrelas de Solskjaer (foto) e do matador Sheringahm. Isso tudo sem falar no grande comandante, o mito Sir. Alex Ferguson, cujas credenciais são absolutamente dispensáveis.


Ficha técnica de alguns jogos da equipe nessa temporada:

38ª rodada do Campeonato Inglês: Manchester United 2 x 1 Tottenham

Estádio Old Trafford, Manchester

Árbitro: Graham Poll

Público: 55.189
Gols: Les Ferdinand  ’24 (Tottenham); David Beckham ’42 e Andy Cole ’47 (M. United)

Manchester United: Schmeichel; Gary Neville, David May, Johnsen, Irwin; Roy Keane, Scholes (Nick Butt), Beckham, Giggs (Phil Neville); Sheringham (Andy Cole) e Dwight Yorke. Téc. Alex Ferguson

Tottenham: Ian Walker; Stephen Carr, John Scales (Luke Young), Sol Campbell, Justin Edinburgh; Steffen Freund, Tim Sherwood, Iversen; David Ginola (José Dominguez) (Andy Sinton), Arren Anderton e Les Ferdinand. Téc. George Graham

Final da F.A. Cup: Manchester United 2 x 0 Newcastle

Estádio Wembley, Londres
Árbitro: Peter Jones
Público: 79.101

Gols: Sheringham ’11 e Scholes ’53 (M. United)

Manchester United: Schmeichel, Gary Neville, David May, Johnsen, Phil Neville; Roy Keane (Sheringham), Paul Scholes (Stam), David Beckham, Ryan Giggs; Andy Cole (Yorke) e Solskjaer. Téc. Alex Ferguson

Newcastle: Harper, Charvet, Griffin, Dabizas, Didier Domi; Hamman (Duncan Ferguson), Solano (Maric), Ketsbaia (Glass), Rob Lee, Gary Speed; Alan Shearer. Téc. Ruud Gullit

Final da UEFA Champions League: Manchester United 2 x 1 Bayern de Munique

Estádio Camp Nou, Barcelona

Árbitro: Pierluigi Collina

Público: 90.000

Gols: Basler ‘5 (Bayern de Munique); Teddy Sheringham ’91 e Solskjaer ’93 (M. United)

Manchester United: Schmeichel, Gary Neville, Stam, Johnsten, Irwin; Nick Butt, Beckham, Giggs, Blomqvist (Sheringham); Andy Cole (Solskjaer) e Dwight Yorke. Téc. Alex Ferguson

Bayern de Munique: Oliver Kahn, Lhotar Matthäus (Fink), Thomas Linke, Samuel Kuffour; Markus Babbel, Jeremies, Effenberg, Tarnat; Basler (Salihamidzic), Jancker e Zickler (Scholl). Téc. Otmmar Hitzfeld

Final do Mundial Interclubes: Manchester United 1 x 0 Palmeiras

Estádio Nacional, Tóquio

Árbitro: Hellmut Krug

Público: 53.372

Gol: Roy Keane ’35 (M. United)

Manchester United: Bosnich, Gary Neville, Stam, Silvestre, Denis Irwin; Roy Keane, Paul Scholes (Sheringham), Nick Butt, David Beckham, Ryan Giggs; Solskjaer (Yorke). Téc. Alex Ferguson

Palmeiras: Marcos, Arce, Jr. Baiano, Roque Junior, Júnior; César Sampaio, Galeano (Evair), Zinho, Alex; Paulo Nunes (Euller) e Asprilla (Oseas). Téc. Felipão

Comentários

  1. Schmeichel tá no meu top 3 goleiros que já vi jogar.
    O cara era genial!

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  2. É um dos grandes da história mesmo, personagem importantíssimo também para a Dinamaquina de 1992.

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