Depois de contar um pouco da história do clássico mais antigo do futebol argentino entre Newell’s Old Boys e Rosario Central, trago um pouquinho da vida do clássico da capital sueca, Estocolmo, entre AIK e Djurgardens.

Curiosamente, ele foi desenvolvido por Fritz Carlsson-Carling, um corredor e jogador de futebol, que venceu um concurso cujo prêmio foi a possibilidade de desenvolver o brasão da equipe. Além disso, é necessário dizer que as cores do uniforme da equipe fazem referência à bandeira da Suécia, numa escolha nacionalista.
Cerca de três semanas depois, em 12 de março de 1891, nasceu o Djurgardens, num café na Ilha de Djurgarden (foto), ao centro de Estocolmo. Tal como o seu rival, a equipe não optou pela prática do futebol logo em sua fundação. O esporte bretão passou a ser praticado pelo clube em 1899, tendo seu primeiro sucesso sido alcançado em 1912, quando o clube bateu o Örgryte, após quatro vice-campeonatos.
A maior rivalidade sueca teve como fatos geradores principais a disputa pela superioridade na cidade, o pequeno espaço de tempo entre as fundações dos clubes, a similitude de seus resultados na história e a mesma localização em suas origens, o centro da cidade de Estocolmo. Todavia o Djurgardens passou a receber mais apoio da região leste da cidade, enquanto o AIK formou sua base no noroeste da cidade.
A primeira em vez que os rivais se encontraram foi em 1899 e, no total (estatística controversa), ocorreram 220 jogos, com 80 vitórias para cada uma das equipes e 60 empates. Entretanto, desde a criação da liga sueca, em 1924, os rivais se enfrentaram 141 vezes, com 46 vitórias para cada e 41 empates. Esse grande equilíbrio é outro fator que alimenta a rivalidade em Estocolmo. A última partida, disputada em setembro deste ano, terminou empatada por 2 x 2.
No tocante aos títulos, ambos os clubes possuem 11 conquistas do Campeonato Nacional. O AIK conquistou a Copa da Suécia oito vezes contra quatro do seu rival. Apesar da vantagem do AIK, considerando somente o período da Liga, o Djurgardens leva vantagem com sete títulos, contra cinco do AIK.
O clássico sueco não é marcado pela violência, mas por belas festas nos estádios. Com o passar dos anos, os rivais criaram uma forte cultura de mosaicos (foto acima), o que além de embelezar os encontros, prova que é possível torcer com muito amor à camisa, sem precisar criar conflitos. Curiosamente, em razão da existência de um zoológico na Ilha de Djurgardens, é comum o arremesso de bananas nos clássicos, o que, para aqueles que desconhecem a história do clássico, passaria por racismo, mas é apenas uma provocação sadia.

Curiosamente os dois clubes rivais dedicaram a camisa 1 a seus torcedores, de forma que ela foi aposentada. Apesar disso, cabe a nota triste da outra camisa aposentada pelo AIK. Em 02 de maio deste ano, o goleiro croata Ivan Turina, faleceu enquanto dormia, vítima de uma disritmia cardíaca. Em decorrência disso, como homenagem póstuma ao goleiro, a camisa 27, envergada por ele entre 2010 e 2013, deixou de ser usada pela equipe.

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