O simples fato de não contar com equipes de grande tradição na competição, como Boca Juniors, River Plate, São Paulo ou Santos já seria um fator suficiente para estranhar esta edição da Copa Libertadores da América. Junte-se a isso a lembrança da última final entre Atlético Mineiro e Olímpia. O que há de curioso? Até mesmo o Olimpia, atual vice-campeão e detentor de três conquistas continentais, ficou fora. Já na competição, a bizarrice da atual edição fica por conta de Cruzeiro e Flamengo – atuais campeões do Brasil – Independiente Santa Fé, que foi semifinalista em 2013, San Lorenzo e os tradicionalíssimos Penãrol e Nacional de Montevidéu não estarem entre os classificáveis às fases de mata-mata.
Nas últimas
quatro edições da Copa Libertadores da América o título veio para o Brasil, felicitando
as torcidas de Internacional, Santos, Corinthians e Atlético Mineiro (foto), estes
dois últimos pela primeira vez. Com o abismo financeiro que tem se estabelecido
entre os clubes brasileiros e os das demais nações sul-americanas era de se esperar
que a América continuasse sendo dominada pelas equipes tupiniquins. Contudo,
não é o que vem acontecendo, até o momento.
Das seis equipes
brasileiras que disputam a competição, caso a primeira fase se encerrasse
agora, duas estariam eliminadas – Cruzeiro e Flamengo –, duas passariam na
segunda colocação de seus grupos – Grêmio e Atlético Paranaense – e outras duas
em primeiro lugar – Atlético Mineiro e Botafogo – entretanto, sem convencer. A
Libertadores de 2014 tem suplantado favoritismos, está mais equilibrada e
equipes consideradas mais fracas estão tendo a possibilidade de conseguirem um lugar
ao sol.

Já o Vélez
Sarsfield, que passa por uma transição importante, com a saída do técnico
Ricardo Gareca – que treinou o clube entre 2009 e 2013 – e a chegada de José
Oscar Flores. Além de ter tido o retorno da boa forma de Mauro Zárate, que voltou
ao clube após anos no futebol italiano, alguns jovens jogadores ganharam espaço
na equipe, casos do volante Lucas Romero, do meia Agustín Allione e do atacante
Ramiro Cáseres.
Outras equipes
que surpreendem são o Defensor do Uruguai, com seus promissores jovens Felipe
Gedoz – algoz do Cruzeiro nos dois jogos entre as equipes – e De Arrascaeta,
que interessa ao Galatasaray, o Bolívar, que apostou num treinador espanhol e
em atletas hispânicos (um deles irmão gêmeo do atacante do Napoli, José
Callejón) e tem a seu favor a “poderosa” altitude e o Zamora, da Venezuela, que
disputa sua segunda Libertadores e é vice-líder do Grupo 4, à frente de
Nacional-PAR e Independiente Santa Fé, da Colômbia.
Mas o que, de
fato, espanta nesta edição da competição é o equilíbrio. Quase no final da primeira
fase, os grupos 3, 4, 5 e 7 ainda apresentam possibilidade real de
classificação a todos os clubes.
Negativamente, é
preciso, ainda, observar o péssimo momento vivido pelos históricos Peñarol e
Nacional de Montevidéu, que somam oito
títulos continentais e não tem possibilidades matemáticas de classificação.

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