Um Mönchengladbach prometedor

Historicamente um time forte e tradicional no cenário alemão, o Borussia Mönchengladbach sofreu um gradual processo de arrefecimento e já faz quase 20 anos desde seu último título relevante (a Copa da Alemanha, na temporada 1994-1995). Não restam dúvidas de que, dos times gloriosos de sua história, sobretudo o da década de 70 – cujo grande craque era o ex-treinador do Bayern de Munique, Jupp Heynckes – não resta mais nada senão a tradição e a história. Hoje, a vida do clube é muito mais dura. Entretanto, renovado e dando continuidade ao bom trabalho do técnico Lucien Favre, o clube pode reconstruir sua história.



Curiosamente, a pequena, mas importante, reformulação do time começou com a saída daquele que, possivelmente, era o melhor jogador do time na última temporada. Marc-André Ter Stegen, jovem e talentoso goleiro, partiu para o Barcelona. Todavia, o Borussia buscou, rapidamente, sua solução. Antes mesmo de confirmar a venda de seu arqueiro, em meados da última temporada o clube já havia fechado com o sucessor de Diego Benaglio: Yann Sommer (foto), que ainda é jovem (25), mas já possui muita experiência, proveniente do Basel. Nesse recomeço, o gol perdeu sua referência, mas não há motivos para desespero.

A defesa, uma das melhores da última Bundesliga (a quarta menos vazada), segue inalterada, sendo os laterais Tony Jantschke e Oscar Wendt, além dos zagueiros Martin Stranzl e Filip Daems (considerando também o espanhol Álvaro Domínguez), os principais esteios do time. Novidade no setor foi a chegada do lateral, polivalente, Fabian Johnson, norte-americano ex-Hoffenheim e que fez excelente Copa do Mundo. Contudo, o jogador, em função de sua versatilidade, tem sido opção pelos flancos no setor de meio.

Comandado por Favre desde 2011, quando com a presença do craque Marco Reus alcançou a 4ª colocação no Campeonato Alemão, o Borussia fez campanhas sólidas nos últimos dois anos, mas não suficientemente boas para alcançar a classificação para a UEFA Champions League. Em 12/13, após perder seu grande craque, o clube foi oitavo colocado e, na última edição, sexto, colocação que o levou às eliminatórias da Europa League. Na competição continental, eliminou inapelavelmente o FK Saravejo, por 10x2 no placar agregado, e caiu em um grupo com FC Zürich, A. Limassol e Villarreal, contra quem conseguiu empate.

Aliás, falando em resultados, o clube já avançou de fase na Copa da Alemanha e, na Bundesliga, conquistou dois empates e uma goleada frente ao Schalke 04 (4x1).

E o setor determinante para esses resultados é o meio-campo, sobretudo com seus jovens. À Patrick Hermann, Granit Xhaka e Cristoph Kramer (campeão mundial), que já estavam no clube, se juntaram André Hahn (foto, à direita), jogador habilidoso, bom finalizador e grande destaque de um surpreendente Augsburg, e Thorgan Hazard, ótimo passador e controlador de jogo (irmão de Eden Hazard), que chega de empréstimo junto ao Chelsea. Além deles, outra novidade é o veloz Ibrahima Traoré (foto, à esquerda), vindo do Stuttgart.

Se o setor mais importante e sólido é o meio-campo, a cereja do bolo é o ataque. Mantidos, Raffael e Max Kruse (autores de 27 gols e 19 assistências juntos, na última temporada) dão esperança de que o ataque se mantenha operante. Baixas, Luuk de Jong e Juan Arango – que, apesar de bom jogador, está decadente – não devem fazer muita falta.

Mais equilibrados e com mais e variáveis opções, contando com muitos jogadores selecionáveis e até um campeão mundial, Die Fohlen (os potros) apresentam-se promissores para a temporada. Será o ápice de um trabalho que vai para sua quarta temporada? O tempo dirá. Até lá, vale a pena acompanhar o desenvolvimento do time, pelo futebol e por seus talentos individuais.

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