A fase artilheira de Robinho no Galo
Quando chegou ao Atlético, Robinho foi comparado a Ronaldinho Gaúcho, que, quatro anos antes, também desembarcou na Cidade do Galo em baixa. Embora a qualidade de ambos não tenha sido o alvo da citada comparação, as situações vividas pelos talentos o foram. Passados alguns meses desde sua chegada, como R10, Robinho vem correspondendo às expectativas com a camisa alvinegra, revelando algo que não se esperava, todavia: sua veia goleadora. As pedaladas tão peculiares ao camisa 7 vêm dando lugar aos gols.
Com 35 partidas disputadas na temporada, a cria do Santos foi às redes 20 vezes. Apenas uma a menos do que os maiores artilheiros do Brasil no ano – Rodrigão, atualmente no Santos, Kléber, do Coritiba e Anselmo, do Fortaleza. Em 2016, o jogador vai mostrando impressionante poder de decisão. Mesmo sem ter conseguido ser brilhante no Galo, Robinho vem mostrando importante qualidade à frente das balizas adversárias, com ótimo posicionamento e acuidade nas finalizações.
Para se ter uma ideia do que isso representa, de 2011 até o presente ano, apenas Lucas Pratto, em 2015, marcou mais gols que Robinho em um ano completo com a camisa do Galo – um total de 23. Magno Alves (2011 – 18 gols), Bernard (2012 – 15 gols), Jô (2013 – 19 gols) e Diego Tardelli (2014 – 19 gols) já ficaram para trás.
Normalmente, o atacante atua na faixa esquerda do ataque alvinegro, ladeado por Lucas Pratto, Fred e Maicosuel, usualmente postado mais à direita. Contudo, diante das necessidades por que passou o Atlético durante o ano, o atacante de 32 anos chegou a fazer as vezes de camisa 10, na criação, e de “falso 9”, circulando pelo ataque como referência.
Diante disso, muito tem sido dito sobre uma possível volta do atacante à Seleção Brasileira. Pelos gols, é válido considerar, mas não se pode mais esperar explosão, dribles provocantes e arrancadas fulminantes do jogador. Hoje, Robinho é muito mais uma referência, um jogador útil para desafogar o jogo – até mesmo pelo fato de que conserva a ótima técnica no domínio de bola e passe – do que propriamente um atleta que desestabiliza as defesas rivais e constrói jogadas de intenso brilho.
Pelo exposto, não existe muita dúvida de que, ao menos desportivamente, a chegada de Robinho ao Atlético foi positiva.
Muito se diz que o jogador mostra dificuldade para ser decisivo em partidas importantes, como na disputa da Libertadores da América e nos confrontos diretos pelas primeiras posições no Brasileirão. De fato, é verdade que o jogador não é exemplo de regularidade, mas é preciso ressaltar que ele não é para o time o que Ronaldinho ou Diego Tardelli foram em um passado recente. Há divisão de tarefas e responsabilidades na criação e finalização das jogadas, não existindo a figura de uma grande estrela que se sobreponha aos demais atletas. É nesse sentido que também tem entendido o treinador Marcelo Oliveira:
Muito se diz que o jogador mostra dificuldade para ser decisivo em partidas importantes, como na disputa da Libertadores da América e nos confrontos diretos pelas primeiras posições no Brasileirão. De fato, é verdade que o jogador não é exemplo de regularidade, mas é preciso ressaltar que ele não é para o time o que Ronaldinho ou Diego Tardelli foram em um passado recente. Há divisão de tarefas e responsabilidades na criação e finalização das jogadas, não existindo a figura de uma grande estrela que se sobreponha aos demais atletas. É nesse sentido que também tem entendido o treinador Marcelo Oliveira:
“Não podemos reclamar do nosso poder ofensivo. Estamos adaptando com esses dois jogadores (Fred e Pratto). Eles são dois atacantes e compensamos trazendo Robinho ou o Maicosuel para dentro. É uma nova forma de jogar. A parte ofensiva está boa, não precisa de modificações, precisamos de ajustes”, disse Marcelo Oliveira em entrevista coletiva após o jogo contra a Chapecoense.
Trocando o brilho dos dribles pela objetividade dos gols, Robinho vai fazendo bom ano com a camisa do Atlético. Se não se tornou o craque que muitos esperavam, segue sendo um jogador muito útil, ainda possuindo talento, proporcionando ocasiões de gol, balançando as redes e mostrando muito entendimento técnico-tático com seus companheiros de ataque. Seu melhor momento passou e suas características mudaram, o que não o impede de seguir desequilibrando partidas.
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