Muitos no Brasil ainda não
conhecem ou desconfiam do futebol do brasileiro Fabinho. É natural. O
polivalente jogador do Monaco deixou o Brasil muito cedo e poucas foram até
hoje suas oportunidades com a camisa da Seleção Brasileira. Contudo, a cada
temporada que passa, o atleta comprova se tratar de um nome destinado aos
grandes palcos do futebol europeu, com talento, consistência e muita personalidade. Absoluto no Principado, vem jogando futebol de primeira
qualidade.
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Formado na base do modesto Paulínia, clube em que se destacou na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2011, e com rápida passagem pelos juniores do Fluminense, Fabinho nunca chegou a disputar uma partida como profissional no Brasil. Logo, em 2012, ganhou suas primeiras convocações à Seleção Brasileira Sub-20 e rapidamente foi vendido ao Rio Ave, de Portugal. Como no Flu, Fabinho não chegou a atuar em Portugal, partindo imediatamente para o Real Madrid Castilla.

De volta ao Rio Ave, Fabinho foi
novamente emprestado, desta vez ao Monaco, clube em que de fato se afirmou no
futebol europeu.
Comandado pelo italiano Claudio Ranieri, tornou-se titular da lateral direita imediatamente. Naquele momento, o clube monegasco vivia época de vacas gordas, tendo desembarcado no Principado nomes de peso como Falcao García, James Rodríguez, Jérémy Toulalan, João Moutinho, Eric Abidal e Ricardo Carvalho (além de promessas, como foram os casos de Geoffrey Kondogbia e Anthony Martial).
Comandado pelo italiano Claudio Ranieri, tornou-se titular da lateral direita imediatamente. Naquele momento, o clube monegasco vivia época de vacas gordas, tendo desembarcado no Principado nomes de peso como Falcao García, James Rodríguez, Jérémy Toulalan, João Moutinho, Eric Abidal e Ricardo Carvalho (além de promessas, como foram os casos de Geoffrey Kondogbia e Anthony Martial).
O fato é que o brasileiro nunca
se intimidou diante de sua falta de experiência no futebol profissional e já em
sua temporada inicial deu as primeiras mostras de sua versatilidade, sendo
alternativa também para a meia-direita. Apesar disso, é ao treinador Leonardo
Jardim que Fabinho deve os créditos de sua afirmação como jogador de ponta.

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Com futebol consciente e
taticamente evoluído, começou a ser redescoberto por Jardim. A forma como lê o
jogo, suas qualidades técnicas (bom passe, visão de jogo, aptidão para os desarmes e interceptações) e atributos físicos (estatura, 1,88m, e resistência) poderiam ser igualmente bem
aproveitados na condição de volante. Logo, Fabinho já estava atuando por esse
setor, tendo a partida contra o Arsenal, em Londres (vitória monegasca por
3x1, válida pela UEFA Champions League), confirmado inapelavelmente a capacidade do brasileiro para atuar no
meio-campo.
Em 2015/16 (temporada em que foi
comprado em definitivo pelo Monaco junto ao Rio Ave), Fabinho seguiu alternando
entre a lateral e a contenção e viveu sua temporada mais goleadora da carreira até então:
em 47 partidas, marcou oito gols e criou cinco assistências. Estava ficando
cada vez mais maduro e, no período, ganhou seus primeiros chamados à Seleção
Brasileira principal (àquela altura representava o time sub-23 que se preparava
para a disputa dos Jogos Olímpicos Rio 2016).
Até o momento, Fabinho tem apenas
quatro partidas disputadas pela Canarinho, todas como lateral direito, e apesar
de ter participado de todo o período pré-olímpico, não foi liberado pelo Monaco
para participar das Olimpíadas, o que o manteve distante dos olhares do público
brasileiro.

“O segredo é que estamos jogando ofensivamente, com pressão muito forte na bola e com uma transição com muita velocidade e muita gente (...) Pelo momento do Monaco e por estar jogando bem, com versatilidade para jogar de lateral e de volante, espero voltar à Seleção com o Tite”, disse o atleta em entrevista à Folha de S. Paulo, em 02 de março deste ano.
Afirmado na meia-cancha, o
jogador tem demonstrado ser capaz de conduzir o time. Com boa saída de bola,
apresenta média de 85% de aproveitamento de passes na Ligue 1 e de 87% na UEFA
Champions League; e tenta 3,1 desarmes e 1,7 interceptações por partida no
Campeonato Nacional, tendo 3,6 e 2,3 como marcas respectivas na disputa
continental.
Fabinho se tornou um jogador
completo e decisivo, prova disso é sua participação em três gols do clube nas
Oitavas de Finais da Champions (um gol e duas assistências). Aos 23 anos, apresenta
a maturidade de um veterano, tem na multifuncionalidade um diferencial e vive
momento estupendo. Ainda que não seja um absurdo a falta de oportunidades na
Seleção Brasileira, tem ficado cada vez mais claro que seu destino é envergar a
Canarinho por anos a fio. Sempre precoce e destemido, o lateral/volante é uma
das principais referências de um Monaco que encanta pelo futebol ofensivo e
vive grande momento.
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