No início do ano a desconfiança no trabalho em que o Corinthians apostava era enorme. Sem conseguir contratar um dos treinadores que tinha em alta conta, o Timão apostou na efetivação de Fábio Carille, algumas vezes auxiliar, em outras interino. As poucas contratações de impacto também sinalizavam nesse sentido. Eis que, silenciosamente, o jovem treinador deu cara a seu time e, nesse ambiente, ascendeu a estrela de Rodriguinho, o mais vital jogador do clube paulistano na atual campanha.
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O versátil meio-campista já havia demonstrado em muitas ocasiões ter capacidade técnica para ser útil. Contudo, havia dúvidas (pertinentes, é bem verdade) com relação a seu potencial como referência, liderança. 2017 veio a confirmar que o atleta contratado em 2013, após ganhar destaque no América-MG, possui tais qualificações.
Auxiliado pelas importantes presenças de Gabriel, na contenção, e Jádson, na criação, Rodriguinho passou a ter atribuição cerebrais. O meia se afirmou como aquele jogador que faz o time jogar, recebendo bolas e as distribuindo, movimentando-se por toda a faixa central e chegando ao ataque para balançar as redes rivais, como elemento surpresa - algo que não é novo no Corinthians, que já teve, semelhantemente, Paulinho e Elias.

Seus índices também são excelentes na temporada. Em 24 partidas disputadas, marcou oito tentos (alguns deles decisivos, como os dois que anotou na primeira partida da final do Campeonato Paulista) e ofereceu cinco assistências. Tal marca já se aproxima da de 2016, ano em que foram 10 gols marcados e seis assistências providas. É interessante perceber também o tipo de movimentação que sua função demanda.
Mediante a análise de seus mapas de calor, fica claro que Rodriguinho circula por toda a faixa de meio-campo, indo à defesa para ajudar na saída de bola e aparecendo no ataque para finalizar. Também é conveniente notar, que nas duas primeiras partidas do Brasileirão, o atleta acertou 85% de seus passes, boa média.
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Reprodução: Footstats.net |
Embora tenha demorado a se encaixar no Timão, por fim, Rodriguinho o conseguiu, e hoje é fundamental para os planos de Fábio Carille. Aos 29 anos, vive a melhor fase de sua carreira, desde que deixou o clube de Belo Horizonte.
“Rodriguinho foi um dos destaques contra a Colômbia. Foi um dos destaques do Campeonato Paulista. Ele concorria com o Diego, e ia ser uma concorrência boa”, disse Tite na convocação.
Envergando o manto verde e amarelo, o meio-campista deve disputar uma vaga com Paulinho ou Renato Augusto. Já mostrou a competência necessária para atuar em ambas as funções e, certamente, Tite sabe disso. É também válido mencionar o fato de que o jogador, provavelmente, disputaria espaço na Seleção com o palmeirense Moisés, que, por estar lesionado, ainda não ganhou chance.
“Sem dúvida é o melhor momento da minha carreira. O título [do Campeonato Paulista] ainda está fresco na memória, agora a convocação, sentimento muito especial. [...] O título e os gols estão ajudando a provar isso, não tem como discutir que é o melhor momento da minha carreira”, revelou o jogador em entrevista coletiva concedida pouco após a convocação.
Rodriguinho vive ótimo momento técnico, evoluiu taticamente e tem sido decisivo. É a peça que permite o equilíbrio ao Corinthians atual. Sempre existirão questionamentos sobre a justiça nas convocações para a Seleção Brasileira. Diante do universo vasto de atletas de que o técnico da Canarinho dispõe, é normal que assim seja. No entanto, passa longe de ser absurda a convocação do meia corintiano. Trata-se, pois, o chamado de um prêmio pelo bom desempenho na atualidade.
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