Uma década d’O Futebólogo

10 anos se passaram e é uma loucura pensar nisso. Esse tempo não pareceu passar na ordem de relógio e calendário, mas muito, muito mais rapidamente. Era 27 de fevereiro de 2012 e o tédio dava as cartas de um dia comum. Meu futuro não tinha qualquer desenho. O terceiro período do curso de Direito não ajudava em nada a imaginar o que seriam os próximos tempos. Como parte significativa dos meus colegas, era um estranho em um curso um tanto quanto desinteressante. Só pensava em coisas comuns aos jovens adultos, o que era completamente aceitável para alguém de 19 anos. Bom, talvez o futebol ocupasse a minha mente mais do que a dos meus amigos.

Jürgen Klopp Celebrating
Foto: Paul Ellis/AFP/ Arte: O Futebólogo


Sempre assisti muito futebol, falei de futebol, ouvi sobre futebol, li sobre futebol. Se me pedissem para listar 10 coisas que me definem, umas quatro — talvez cinco ou seis — respostas estariam ligadas a este esporte que amei desde o primeiro momento. Não causou espanto a quase ninguém a decisão de escrever sobre ele. E assim os anos foram se passando. Os textos foram mudando, melhorando (ou eu gosto de pensar que sim), assim como eu também sofri os efeitos do tempo.

Me formei no final de 2015. E, para surpresa de alguns, inclusive minha, tornei-me de fato advogado. Um causídico excentricamente apaixonado por futebol. A profissão, que já obriga a escrever muito, ensejou um processo de retroalimentação. Meu texto jurídico melhorando o futebolístico. E vice-versa. Mas eu me sentia um estranho no ninho, não me parecia legítimo ocupar o espaço normalmente dedicado aos jornalistas, que, diferentemente de mim, estudaram para sê-lo. Então, me tornei mestre em Ciências da Comunicação e em Jornalismo Esportivo.

Não quero cansar ninguém falando sobre mim. Mas me justifico: falar sobre O Futebólogo é, necessariamente, me colocar no divã, mas com o terapeuta sendo eu mesmo. Claro que passar longas e proveitosas jornadas em Doentes por Futebol, Chelsea Brasil (não, eu não torço para os Blues) e Bundesliga Brasil, fundar a Revista Relvado, e colaborar com outras publicações como o These Football Times, a Corner ou a Placar também ajudou a pavimentar esse caminho.


Fui incentivado por quem importa e ainda não apareceu quem consiga negar o brilho dos meus olhos ao falar desse trabalho. Opa, trabalho? É sim… Mas um labor prazeroso e que me mantém em movimento, sempre tentando melhorar. O mais legal, entretanto, foi perceber que tinha gente que gostava dessa minha empreitada. Ter leitores é luxuoso demais. Construir amizades a partir de escritos também.

Esses 10 anos realmente passaram rápido. O jovem adulto confuso vê as portas dos 30 anos começarem a se abrir, já não tão deslocado, nem tão jovem. É por isso que, mesmo O Futebólogo sendo parte minha, é meu dever agradecê-lo porque no momento em que foi ao ar deixou de ser só meu. 

Se você leu este texto até agora, obrigado. Vamos por mais.

Wladimir Dias

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Não fiquei conhecido por histórias curtas. Nada melhor que um vídeo para explicar melhor como chegamos até aqui, eu e O Futebólogo. Gravação, produção e edição por Luiza Dias Corteletti

Comentários

  1. Olá, também sou pesquisador do futebol e gostaria de manter contato com o companheiro. Abraços!

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  2. Boa wladimir falar e lembrar dos grandes muito comodo agora destrinchar o mallorca o saint etienne o ipswich e new castle entre outros tem que ter bala e isso so voce tem coragem de fazer.que esses dez anos virem cem anos continue esse trabalho sensacional que estaremos sempre vendo e comentando.boa sorte um abraco e que os deuses do futebol sempre lhe ajudem.

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