Pense rapidamente: quais os times favoritos às primeiras posições do Campeonato Inglês? Chelsea, Manchester City e United, Arsenal e Liverpool. Quando muito, valeriam as apostas em Everton, Tottenham e no ascendente (e extremamente interessante) Southampton. O que definitivamente não se poderia prever era o excelente desempenho do West Ham, atual quarto colocado, disputadas nove rodadas. Entretanto, alguns fatores justificam o bom momento dos Hammers.
Uma dupla de ataque entrosada e sedenta por gols

Quando muito se poderia esperar
do argentino, o que tem se visto é o sucesso da dupla Valencia-Sakho.
Entrosados e donos de características semelhantes, ambos tem qualidade técnica
para jogar enfiados na área adversária e também para circular pelos flancos do
ataque. Juntos, já marcaram oito gols na Premier League e têm sido
determinantes para a melhora da média de gols da equipe, no momento, de 1,89
por partida.
A lesão de Andy Carroll

Além de seu fraco desempenho
individual, sua ausência permite que a equipe mostre um leque maior de jogadas,
não se limitando a alçar bolas na área adversária. Sem uma grande referência, o
West Ham tem se mostrado muito mais forte.
A força defensiva e imposição de Alex Song

De volta à Premier League, o
camaronês tornou a mostrar ótimo desempenho. Em uma liga mais intensa, que muitas vezes privilegia a capacidade física dos jogadores, Song cresceu e tem
sido um leão. Excelente na recuperação de bolas e na proteção do setor
defensivo, tem dado enorme estabilidade à equipe, que ganhou em dinâmica e
diminuiu os problemas de sua lenta defesa, que, melhor protegida, limita-se a
rebater bolas e raramente fica frente-a-frente com um adversário.
Outro ponto a se ressaltar com a
entrada de Song no time é que, com ele, o time fica mais organizado e os outros
meio-campistas ganham mais liberdade e senso para se movimentarem, o que produz
muitas ocasiões de gol para os Hammers.
Não restam dúvidas de que o camaronês foi uma tacada precisa e preciosa da
direção do clube.
Algumas jogadas muito treinadas
Muitos contestam o treinador Sam
Allardyce por privilegiar um estilo de jogo “rústico”. A verdade é que o
comandante trabalha com o que tem. Se, na temporada passada, contava
basicamente com atletas cujas melhores qualidades são os lançamentos longos e a
jogada aérea, montava sua equipe para atuar dessa forma. O que irritou muitos,
inclusive o pragmático José Mourinho, que certa vez declarou:“isso não é futebol para a Premier League, a
melhor liga do mundo, esse futebol é do século XIX.”
Todavia, agora, dispondo de mais
opções de mobilidade e maior qualidade técnica, Allardyce tem podido explorar
um jogo baseado em outras características, tais como a velocidade e o
contra-ataque. Nessa esteira, é necessário ressaltar duas jogadas que tem tido
muita eficiência neste primeiro quarto de campeonato: os chutes de fora da área
e os levantamentos na área.

Outra jogada muito explorada pelo
time são as bolas alçadas na área, mas de forma diferente da usual. Hoje, o
West Ham não lança a bola a esmo – torcendo para que a bola chegue ao
centroavante – como fazia em tempos pretéritos. Melhor trabalhadas, as bolas tem
chegado mais redondas aos atacantes, que também dão contribuição essencial para
o sucesso dessa jogada, uma vez que, sendo móveis, são difíceis de serem
marcados pelos defensores adversários, o que facilita o sucesso dessa
alternativa. O time também é o maior marcador de gols de cabeça, com seis
tentos, ao lado do Hull City.
Outro dado curioso e que
corrobora o exposto são os seis gols marcados de cabeça na última temporada
inteira (mesmo número da atual temporada), quando a tônica da equipe era
exatamente o jogo pelo ar.
Diferentemente do que nos acostumamos
a ouvir quando se fala em West Ham, no momento, o clube tem mostrado um estilo de
jogo bem mais agradável, apesar de suas limitações. Com jogadores de variadas
características, que têm permitido o teste de novas possibilidades ao treinador,
o West Ham já se apresenta como surpresa, um estranho no ninho.
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