Continuando a
minha busca para entender tudo o que ronda os Clássicos do Mundo, trago hoje a
história do maior clássico da Hungria, Ferencváros x Ujpést.
A despeito de
serem clubes centenários, a rivalidade entre os Fradi (nome usado em referência ao Ferencváros) e o Lilák (o Ujpést) não é tão remota quanto
os próprios clubes. O Ferencváros, maior vencedor do futebol Húngaro, foi
fundado em 1889 no nono distrito de Budapeste. Já o rival Ujpést é mais antigo,
tendo sido fundado em 1885, na, então existente, cidade de Ujpést.

O Ujpést só
venceu seu primeiro campeonato na temporada 1929-30. Veio então a Segunda
Guerra Mundial. E um pouco por falta de interesse e engajamento político, tanto
o Ferencváros quanto o Ujpést passaram ao comando de um grupo de direita, que
inclusive apoiou o Nazismo quando ocorreu a invasão germânica em 1944. Nesse
momento começou a ruir a rivalidade entre Ferencváros e MTK.
Considerada uma
equipe “indesejável” por sua veia burguesa ligada ao antigo regime o MTK foi
dissolvido pelo governo, retomando as suas atividades em 1949, ressuscitado
pela polícia secreta, ÁVH, com a instauração do regime comunista, sem, contudo
voltar à rotina de conquistas e sendo esquecido.

Mas infelizmente
a equipe durou pouco. Em 1956 a equipe estava nas oitavas de final da Copa
Europeia, atual UEFA Champions League, quando aconteceu a Revolução Húngara com
a invasão na União Soviética. Os jogadores do clube decidiram não retornar ao
seu país. A partida decisiva foi disputada na Bélgica e os craques húngaros
foram para outras equipes da Europa.
Nesse momento surgiu de fato a rivalidade entre o Ferencváros e o Ujpést, este já
incorporado à cidade de Budapeste em 1950. Após o final da Segunda Guerra
Mundial o Ujpést passou a ser conduzido pelo Ministério do Interior no País.
Dessa forma conseguiu muitos investimentos e na década de 60 se firmou como
segunda força do futebol húngaro. E daí veio a relação de ódio entre os clubes.
Com o aumento dos investimentos do Ujpést, a massa da população, opositora do
pesado regime instaurado, associou-se ainda mais ao Ferencváros que passou a ser
mais do que nunca o clube de preferência nacional.
Mesmo fortemente
apoiado pelo povo, o Ferencváros passou por anos de poucas conquistas. E pior,
viu o crescimento fantástico do Ujpést. Apesar de ter tido conquistas espaças a
equipe nunca voltou a ter anos de fato gloriosos. Na atualidade quem domina o
futebol húngaro é o Debrecen com seis conquistas nos últimos 10 anos.
Apesar do
momento atual o Ferencváros segue sendo o maior vencedor do país. São 28
títulos nacionais, 20 copas da Hungria e quatro Supercopas. Já o Ujpést tem 20
títulos nacionais, oito copas da Hungria e duas Supercopas.
Da temporada
1957-58 para cá aconteceram 112 jogos, 45 vitórias do Ferencváros, 36 vitórias
do Ujpést e 31 empates.
Cabe ainda
contar algumas curiosidades. O Ferencváros tem uma relação tão estreita com sua
torcida que lhe reservou a camisa 12 da equipe, a qual não é usada. Além dessa
a camisa 2 foi “aposentada” também em homenagem ao ex-jogador Tibor Simon que
dedicou 14 anos de sua carreira ao clube e foi assassinado em 2002 aos 36 anos.
Dentre os jogadores revelados recentemente pelos Fradi o mais famoso é Tozser (foto) que atualmente joga no Genoa.
Atualmente a Seleção Húngara possui apenas um jogador dos rivais, o atacante
Böde do Ferencváros.
Uma última curiosidade fica a cargo de um brasileiro folclórico que passou pelo Ujpést, Túlio Maravilha atuou em 2002 pela equipe. Em seis jogos, seis gols.
Abaixo as atuais
escalações das equipes:
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