Newell’s Old Boys x Rosario Central: o clássico Rosarino
Depois de contar algumas das histórias que cercam a rivalidade entre Braga e Vitória de Guimarães, trato do dérbi mais antigo do futebol argentino. Trata-se do encontro dos grandes clubes da cidade de Rosário, na Província de Santa Fé: Newell’s Old Boys x Rosario Central.
Vem da cidade de Rosário a rivalidade futebolística mais antiga da Argentina. Mas nem só de futebol vive (e viveu) a urbe. Vários são os momentos históricos importantes da cidade.
Banhada pelo rio Paraná, ela já foi, por exemplo, declarada pelo congresso a capital da Argentina, por três vezes — todas vetadas. Outra ocasião importante no passado local foi a luta fervorosa pela redemocratização do país na década de 1980. Mas falemos de futebol.
Em 1889, após algumas reuniões, cerca de setenta trabalhadores da Ferrocarril Central Argentino (empresa ferroviária) se juntaram em um bar, com um objetivo: fundar um clube de futebol. Após a apresentação do projeto, pelo inglês Thomas Mutton, ficou formalmente criado o Central Argentine Railway Athletic Club.
Contudo, foi só em 1903 que o clube passou a se chamar Club Atlético Rosario Central. É de se destacar que, no início, o clube tinha uma particularidade importante: só poderiam se associar ao clube, trabalhadores da empresa ferroviária.
Contudo, foi só em 1903 que o clube passou a se chamar Club Atlético Rosario Central. É de se destacar que, no início, o clube tinha uma particularidade importante: só poderiam se associar ao clube, trabalhadores da empresa ferroviária.
A seu tempo, em 1903 foi fundado o Newell’s Old Boys. E a história de sua criação está intimamente ligada com a chegada do futebol à Argentina. Em 1884, pouco tempo após a fundação da Buenos Aires High School, foi criado em Rosário o Colegio Comercial Anglo Argentino. Esses dois colégios foram os primeiros lugares onde se praticou o futebol no país.
O instituto rosarino foi levantado por um cidadão inglês de nome Isaac Newell. E, 19 anos depois, seu filho, Claudio Lorenzo Newell, com o auxílio de alunos e ex-alunos de seu pai, fundou o Club Atlético Newell’s Old Boys. O nome da equipe é uma homenagem a Isaac Newell e as cores do uniforme foram inspiradas nas bandeiras da Inglaterra e do Império Alemão (nacionalidade da esposa de Newell).
O instituto rosarino foi levantado por um cidadão inglês de nome Isaac Newell. E, 19 anos depois, seu filho, Claudio Lorenzo Newell, com o auxílio de alunos e ex-alunos de seu pai, fundou o Club Atlético Newell’s Old Boys. O nome da equipe é uma homenagem a Isaac Newell e as cores do uniforme foram inspiradas nas bandeiras da Inglaterra e do Império Alemão (nacionalidade da esposa de Newell).
Desde a primeira vez em que se enfrentaram pela extinta Liga Rosarina de Fútbol, ficou declarada a guerra para ver qual equipe seria a melhor de Rosário, qual teria mais sucesso, mais torcedores e qual melhor representaria a cidade.
Entretanto, foi nos anos 1920 que aconteceu um feito que marcou as equipes para sempre.
Por iniciativa do Patronato de Leprosos, localizado no Hospital Carrasco, foi tentada a realização de uma partida beneficente entre Rosario e Newell’s, cuja renda seria revertida em favor dos doentes. Prontamente a direção do Newell’s Old Boys aceitou o pedido, por sua vez os representantes do Rosario Central o declinaram.
Desde então, os torcedores do Newell’s passaram a chamar os rivais de Canallas. Como resposta, a torcida do Rosario passou a chamar seu adversário de Leprosos. Esse evento foi um das principais razões para o enraizamento da rivalidade rosarina.
Entretanto, foi nos anos 1920 que aconteceu um feito que marcou as equipes para sempre.
Por iniciativa do Patronato de Leprosos, localizado no Hospital Carrasco, foi tentada a realização de uma partida beneficente entre Rosario e Newell’s, cuja renda seria revertida em favor dos doentes. Prontamente a direção do Newell’s Old Boys aceitou o pedido, por sua vez os representantes do Rosario Central o declinaram.
Desde então, os torcedores do Newell’s passaram a chamar os rivais de Canallas. Como resposta, a torcida do Rosario passou a chamar seu adversário de Leprosos. Esse evento foi um das principais razões para o enraizamento da rivalidade rosarina.
No total — considerando a era do futebol amador — aconteceram 316 embates. Curiosamente, a maioria dos jogos terminaram empatados (111). O Rosario tem o maior número de vitórias: 105, contra 100 do Newell’s. Já a maior vitória no encontro foi do Newell’s, em 1907: 10 a 0. O Rosário até chegou perto de igualar o feito, mas não conseguiu. Em 1917, aplicou um sonoro 9 a 0 no rival.
O maior artilheiro do clássico é Manuel González, ex-atacante rubro-negro. Já o maior número de aparições fica a cargo de Jorge González, antigo atleta do Rosario.
Há equilibro em taças também. O Newell’s conquistou seis vezes o Campeonato Argentino, contra quatro do Rosario. Apesar disso, os Canallas conquistaram um título internacional: a Copa Conmebol de 1995.
O mais próximo que os Leprosos já chegaram de conquistar algo na esfera internacional foi nas Copas Libertadores de 1988 e 1992, ambas com campanha de vice-campeonato.
O mais próximo que os Leprosos já chegaram de conquistar algo na esfera internacional foi nas Copas Libertadores de 1988 e 1992, ambas com campanha de vice-campeonato.
Ademais, dois personagens têm, necessariamente, que ser lembrados.
Do lado do Rosario, há que se falar em Mario Kempes, jogador histórico da Argentina. Ele atuou pouco tempo pelo clube, apenas dois anos, mas fez número de gols suficientes para ser o maior artilheiro da história do clube.
Já o representante do Newell’s é o famoso El Loco Bielsa. Depois de ter sido zagueiro do clube na década de 1970, no início dos anos 90 ele retornou ao clube treinando as categorias de base e posteriormente o time profissional. Seu trabalho duro reestruturou de forma impressionante as canteras do clube. Mais tarde, levou os profissionais a dois títulos nacionais e a um dos referidos vices da Libertadores. Assim, foi homenageado com o nome do estádio do clube.
Do lado do Rosario, há que se falar em Mario Kempes, jogador histórico da Argentina. Ele atuou pouco tempo pelo clube, apenas dois anos, mas fez número de gols suficientes para ser o maior artilheiro da história do clube.
Já o representante do Newell’s é o famoso El Loco Bielsa. Depois de ter sido zagueiro do clube na década de 1970, no início dos anos 90 ele retornou ao clube treinando as categorias de base e posteriormente o time profissional. Seu trabalho duro reestruturou de forma impressionante as canteras do clube. Mais tarde, levou os profissionais a dois títulos nacionais e a um dos referidos vices da Libertadores. Assim, foi homenageado com o nome do estádio do clube.
Ponto em comum entre os clubes é a eficiência na formação de atletas. Saíram do Newell’s para o mundo jogadores como Jorge Valdano, Gabriel Heinze, Mauricio Pochettino, Gabriel Batistuta, Maxi Rodríguez, Walter Samuel e Ever Banega. Já as divisões inferiores do Rosario produziram, dentre outros vários, César Menotti, Hernán Díaz, José Chamot, Kily González, Pato Abbondanzieri e Ángel Dí Maria.
A rivalidade é tão grande que certa vez, antes de encerrar sua carreira, Kily González disse:
“Não existe dinheiro no mundo que me faça colocar uma camisa do Newell's”.
Brasileiros foram pouquíssimos na história dos clubes, mas o Newell’s chegou a ter dois nome importantes: o zagueiro Ricardo Rocha e o centroavante Jardel. Já o Rosário teve apenas dois brasileiros, destaque para o zagueiro Andrei, com passagens por Flamengo, Fluminense, Palmeiras e até pelo Atlético de Madrid.
O momento atual é todo dos Leprosos. Após ser semifinalista da Copa Libertadores, o clube lidera o Campeonato Argentino. Já o Rosário ocupa a 10ª posição. Apesar disso, no último clássico a vitória foi dos Canallas, por 2x1.
Bem interessante. Parabéns!
ResponderExcluir