Como principal novidade para 2016, o blog passará a trazer um texto mensal sobre uma grande seleção da história do futebol. Como pontapé inicial, falamos sobre a formidável equipe da Bulgária, que, comandada por Hristo Stoichkov, maior jogador da história do país, conquistou um surpreendente quarto lugar na Copa do Mundo de 1994.
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Em pé: Ivanov, Borimirov, Yankov, Mikhailov, Letchkov, Stoichkov; Agachados: Hubchev, Balakov, Tsvetanov, Kremenliev, Kostadinov. |
Seleção: Bulgária
Período: 1994
Time base: Mikhailov; Kremenliev (Kiriakov), Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Yankov, Letchkov, Sirakov (Borimirov), Balakov; Stoichkov e Kostadinov. Téc.: Dimitar Penev
Conquista: Quarto lugar na Copa do Mundo de 1994
A Copa do Mundo de 1994 é
lembrada como a Copa de Romário, pelo pênalti de Roberto Baggio, pelo doping de Diego Armando Maradona e pela
tentativa de rompimento de uma fronteira do futebol: os EUA. O que não se pode
deixar de considerar são algumas campanhas históricas de seleções de que pouco
se esperava, o que certamente é o caso da Seleção da Bulgária, que, comandada
por Hristo Stoichkov, parceiro de Romário no Barcelona, alcançou a melhor
posição de sua história e consagrou uma geração especial de talentos.
Defendendo a meta dos Leões, estava o histórico capitão
Borislav Mikhailov (foto), responsável pela defesa de duas penalidades na partida das
oitavas de finais do Mundial, contra o México. Segundo jogador que mais vezes
defendeu sua seleção, com 102 aparições, foi referência em seu país com a
camisa do Levski Sofia, tendo inclusive sido eleito o melhor jogador do futebol búlgaro
no ano de 1986, mas não obteve grande sucesso quando deixou a Bulgária e atuou
em outros países.
Pela lateral direita, Emil
Kremenliev foi a primeira opção do treinador Dimitar Penev, mas perdeu espaço
durante a competição, após ser expulso na partida contra o México. É outro
jogador cujo sucesso ficou restrito ao futebol búlgaro, tendo atuado na
Alemanha e na Grécia sem grande êxito. No decorrer da competição, Iliyan
Kiriakov, jogador versátil, que tanto podia atuar nas duas laterais quanto no
meio-campo, passou a ocupar a posição, seguindo com a titularidade até o fim.
Em sua carreira, chegou a ser titular de um time do Deportivo La Coruña que
contou com o talento de Bebeto e a forte marcação de Mauro Silva, também sem destaque.

Após se superiorizar à França nas
eliminatórias, deixando Les Bleus de
fora do mundial, vitórias contra as poderosas Argentina e Alemanha, além de
Grécia e México, encantaram e fizeram com que a equipe seja sempre lembrada
pelo bom futebol e pelos resultados. Nem a derrota controversa para a Itália
nas semifinais (sob protestos em razão de uma penalidade não marcada em favor
dos búlgaros) e a goleada sofrida pela Suécia na disputa pelo terceiro lugar
foram capazes de evitar que o esquadrão búlgaro ficasse na história.
Do outro lado, o titular foi
Tsanko Tsvetanov, um dos destaques da equipe na competição, a despeito de uma
expulsão contra a Argentina. Um dos jogadores mais jovens da Seleção, tinha
muito fôlego e explosão física, tendo sido uma importante peça nos avanços pelo
flanco canhoto.
Na zaga, atuava um dos grandes
ícones daquela geração: Trifon Ivanov (foto), beque que jogou no Betis e ficou
conhecido como “O Lobo Búlgaro”. Marcador duro, porém leal, era uma daquelas
figuras de grande brio e de incontestável dedicação à equipe. Lembrado por sua peculiar
aparência (olhos grandes, barba e cabelos desgrenhados), era raçudo e ganhou a
admiração dos que acompanharam a trajetória desta grande geração búlgara.
A seu lado, atuou Petar Hubchev, há época já um jogador experiente, com mais de 30 anos – mais de 10 dedicados à Seleção Búlgara. Jogador de bons predicados técnicos, podia exercer a função de líbero e atuou até os 38 anos, passando boa parte deles no futebol alemão, no qual vestiu as camisas de Hamburgo e Eintracht Frankfurt.
À frente, conhecido como “O Mágico”, o
meio-campista Yordan Letchkov era um dos maiores destaques da equipe. Jogador
de grande importância na história recente do Hamburgo, com a mesma facilidade
que driblava seus adversários, o carequinha arrumava confusões e talvez por
isso não tenha sido ainda mais representativo na história do futebol. No
Mundial de 1994 marcou um importante e belo gol contra a Alemanha. Outro
jogador que figurava pelo setor era Krasimir Balakov (foto), ídolo histórico no
Sporting CP e no Stuttgart. Autêntico camisa 10, dotado de grande visão de jogo, capaz de executar
passes de precisão cirúrgica, driblar, cobrar faltas e impor-se como líder, o atleta
foi outra peça fulcral para o sucesso búlgaro e assim ganhou lugar na
Seleção dos melhores da Copa.
Por fim, havia a presença de
Hristo Stoichkov (foto), dono de uma das melhores canhotas da história e que é
considerado o maior da história do país. Completo e temperamental, o jogador
sabia criar jogadas e finalizá-las; driblar e passar a bola; jogar mais recuado
ou avançado. Na Copa de 1994 foi o artilheiro com seis tentos, ao lado do russo
Oleg Salenko, e entrou para a Seleção da competição. Na equipe búlgara em foco, atuava mais próximo da faixa esquerda do ataque.

A seu lado, atuou Petar Hubchev, há época já um jogador experiente, com mais de 30 anos – mais de 10 dedicados à Seleção Búlgara. Jogador de bons predicados técnicos, podia exercer a função de líbero e atuou até os 38 anos, passando boa parte deles no futebol alemão, no qual vestiu as camisas de Hamburgo e Eintracht Frankfurt.
Fazendo a proteção à defesa, no
meio-campo Zlatko Yankov era uma importante peça da equipe. Capaz de atuar como
zagueiro, o volante era o esteio da equipe, a peça que balanceava a meia-cancha
e a defesa. Embora tenha atuado na Espanha, representando o Valladolid, foi no
futebol búlgaro e no turco que brilhou, conquistando títulos por Levski Sofia e
Besiktas. Era peça fundamental, sobretudo em razão de o restante dos meio-campistas ter grande vocação ofensiva.

Mais avançado, um trio de atletas
infernizava as defesas adversárias. Rápido, habilidoso e prolífico, Nasko
Sirakov foi um grande matador e quem atuou mais centralizado no ataque.
Todavia, não era um camisa 9 típico, tendo muita mobilidade para se deslocar, sempre
abrindo espaços e criando jogadas para seus companheiros. Além dele, havia a importante
presença de Emil Kostadinov, pelo lado direito na maior parte do tempo. Embora
não tenha marcado na Copa de 1994, foram seus os gols que subjugaram a França e
levaram a Bulgária ao Mundial ianque. Outra peça que foi importante, mesmo sem
ter sido sempre titular, foi Daniel Borimirov, meia ou atacante, que podia
substituir qualquer peça do ataque.

Alinhando a talentosa esquadra do
leste europeu estava o treinador Dimitar Penev, outra figura histórica do país.
Então, o comandante, que foi um zagueiro de grande sucesso histórico, tendo
vestido a camisa do CSKA Sofia por mais de 10 anos e a da Bulgária por nove,
estava próximo de seus 50 anos. Seu desafio não era pequeno: precisava
equilibrar a descomunal categoria de boa parte de seu setor ofensivo, com
algumas limitações na retaguarda, o que o fez da melhor forma possível.
Indiscutivelmente, Penev é uma figura que jamais será esquecida por seu país.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Grupo D da Copa do Mundo de 1994: Argentina 0x2 Bulgária
Estádio Cotton Bowls, Dallas

Árbitro: Neji Jouini
Público 63.988
Gols: '61 Stoichkov e '90 Sirakov (Bulgária)
Argentina: Islas; Díaz, Ruggeri, Cáceres, Chamot; Simeone, Redondo, Rodríguez (Medina Bello); Balbo, Batistuta e Caniggia (Ortega). Téc.: Alfio Basile
Bulgária: Mikhailov; Kremenliev, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Yankov, Letchkov (Borimirov), Balakov; Stoichkov, Sirakov e Kostadinov (Kiriakov). Téc.: Dimitar Penev
Quartas de finais da Copa do Mundo de 1994: Bulgária 2x1 Alemanha
Giants Stadium, Nova Jersey

Árbitro: José Torres Cadena
Público 72.416
Gols: '76 Stoichkov e '78 Letchkov (Bulgária); '48 Matthaus (Alemanha)
Bulgária: Mikhailov; Yankov, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Kiriakov, Letchkov, Balakov; Stoichkov (Iordanov), Sirakov e Kostadinov (Guenchev). Téc.: Dimitar Penev
Alemanha: Illgner; Berthold, Buchwald, Kohler, Helmer; Matthaus, Möller, Hassler (Brehme), Wagner (Strunz); Klinsmann e Völler. Téc.: Berti Vogts
Semifinais da Copa do Mundo de 1994: Bulgária 1x2 Itália
Giants Stadium
Árbitro: Joël Quiniou
Público 77.194
Gols: '20 e '25 Roberto Baggio (Itália); '42 Stoichkov (Bulgária)
Bulgária: Mikhailov; Yankov, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Kiriakov, Letchkov, Balakov; Stoichkov (Guenchev), Sirakov e Kostadinov (Iordanov). Téc.: Dimitar Penev
Itália: Pagliuca; Benarrivo, Costacurta, Mussi, Maldini; Dino Baggio (Conte), Albertini, Donadoni e Berti; Roberto Baggio (Signori) e Casiraghi. Téc.: Arrigo Sacchi
Grupo D da Copa do Mundo de 1994: Argentina 0x2 Bulgária
Estádio Cotton Bowls, Dallas

Árbitro: Neji Jouini
Público 63.988
Gols: '61 Stoichkov e '90 Sirakov (Bulgária)
Argentina: Islas; Díaz, Ruggeri, Cáceres, Chamot; Simeone, Redondo, Rodríguez (Medina Bello); Balbo, Batistuta e Caniggia (Ortega). Téc.: Alfio Basile
Bulgária: Mikhailov; Kremenliev, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Yankov, Letchkov (Borimirov), Balakov; Stoichkov, Sirakov e Kostadinov (Kiriakov). Téc.: Dimitar Penev
Quartas de finais da Copa do Mundo de 1994: Bulgária 2x1 Alemanha
Giants Stadium, Nova Jersey

Árbitro: José Torres Cadena
Público 72.416
Gols: '76 Stoichkov e '78 Letchkov (Bulgária); '48 Matthaus (Alemanha)
Bulgária: Mikhailov; Yankov, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Kiriakov, Letchkov, Balakov; Stoichkov (Iordanov), Sirakov e Kostadinov (Guenchev). Téc.: Dimitar Penev
Alemanha: Illgner; Berthold, Buchwald, Kohler, Helmer; Matthaus, Möller, Hassler (Brehme), Wagner (Strunz); Klinsmann e Völler. Téc.: Berti Vogts
Semifinais da Copa do Mundo de 1994: Bulgária 1x2 Itália
Giants Stadium
Árbitro: Joël Quiniou
Público 77.194
Gols: '20 e '25 Roberto Baggio (Itália); '42 Stoichkov (Bulgária)
Bulgária: Mikhailov; Yankov, Ivanov, Hubchev, Tsvetanov; Kiriakov, Letchkov, Balakov; Stoichkov (Guenchev), Sirakov e Kostadinov (Iordanov). Téc.: Dimitar Penev
Itália: Pagliuca; Benarrivo, Costacurta, Mussi, Maldini; Dino Baggio (Conte), Albertini, Donadoni e Berti; Roberto Baggio (Signori) e Casiraghi. Téc.: Arrigo Sacchi
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