O Campeonato Italiano já conhece sua campeã. Pela sexta vez consecutiva, a Juventus levou o troféu a Turim - no entanto, sem conseguir ser tão superior quanto em outras temporadas. Muito disso se deve à brilhante campanha de uma dupla de atacantes que só não tem feito chover. Vivendo o ano mais goleador de suas carreiras, o bósnio Edin Dzeko e o egípcio Mohamed Salah têm feito de tudo um pouco, alcançando marcas históricas: nunca a Roma havia marcado tantos gols em uma edição do Italiano e, pela equipe, nunca alguém balançado as redes tantas vezes no mesmo torneio quanto Dzeko.
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Desde que a divisão de elite do futebol da Velha Bota passou a ser disputada por 20 equipes, o máximo de gols que os Giallorossi haviam anotado fora registrado na temporada 2015/16, ocasião em que foram às redes 83 vezes. Além disso, cabia a Francesco Totti o recorde individual de gols feitos em uma só campanha: em 2006/07, o eterno ídolo do clube da capital marcou 26 vezes. Ambos os recordes foram quebrados.

Curiosamente, nessa campanha o bósnio também se destaca como assistente. O camisa 9 repete sua melhor marca da carreira, com sete passes para gols, algo que só conseguira no já distante ano de 2009/10, quando montou bela parceria com o brasileiro Grafite, no Wolfsburg.
“Ele é um cara sensível, sente o peso da responsabilidade. Quando as coisas não estavam indo bem, ele estava chateado e trabalhou muito, como resultado. Então ele começou, novamente, a mostrar às pessoas o que pode fazer [...] Ele é um grande jogador e se puder encontrar o equilíbrio ideal, se tornará um jogador excepcional”, disse o treinador Luciano Spalletti, em fevereiro, ao site oficial da Roma.
Por outro lado, em oposição à robustez física de Dzeko, a leveza e velocidade de Mohamed Salah também tem sido vital para os planos da equipe treinada por Spalletti. O jogador, contratado pelo Chelsea junto ao Basel em 2014 e com passagem pela Fiorentina, parece ter, finalmente, alcançado seu maior nível técnico. Sua temporada anterior (2015/16) já havia sido muito boa, mas a que se aproxima de seu fim se mostra substancialmente melhor.
Em 2016/17, Salah também alcançou seus melhores números de toda a carreira. Aos 24 anos, em 30 partidas jogadas no Italiano, foi às redes 15 vezes e criou 11 assistências (liderando tal estatística, ao lado do napolitano José Callejón). Juntos, bósnio e egípcio alcançaram enorme entrosamento. Salah assistiu Dzeko sete vezes. O oposto ocorreu em três turnos. Ou seja: juntos, os atacantes participaram diretamente de 58% dos 87 gols da Roma no Campeonato Italiano. É pouco?

“Penso que Momo [Salah] é um grande jogador. Para mim, quando Momo está lá, é mais fácil jogar, sei que ele é o cara que irá sempre correr nos espaços e sempre tenho a opção de jogar com ele nos espaços”, disse Dzeko no início de maio, também ao site oficial da Roma
No total, o centroavante bósnio balançou as redes em impressionantes 38 ocasiões (em 50 partidas); já o ponta egípcio totaliza 19 tentos, em 40 jogos. Tal recorde poderia ter sido ainda maior, caso o atleta não tivesse se ausentado no início de 2017, para a disputa da Copa Africana de Nações. São impressionantes os números dos jogadores. Mais interessante que isso é notar a afinidade existente na diferença de seus estilos.
Poderoso pelo ar, bom no pivô e um finalizador clínico, Dzeko tem se mostrado um ótimo exemplar do tradicional centroavante. Por outro lado, insinuante, driblador e velocíssimo, Salah é o que em outros tempos chamaríamos de segundo atacante, porém hoje acaba atuando mais próximo das pontas. Suas diferenças os completam; durante as partidas os atletas se procuram.
A despeito dos números assombrosos, Dzeko e Salah não conseguiram levar a Roma a nenhum título. Também por isso têm saída do clube especulada. Enquanto o camisa 9 é analisado por equipes como o Milan, o 11 tem sido ligado a uma transferência ao Liverpool, retornando, pois, à Premier League. É impossível não imaginar o quão devastador seria o efeito da possível saída de ambos.
No entanto, isso é assunto para a janela de transferências. No momento, recomenda-se apenas acompanhar o último jogo da Roma na temporada e lembrar o quão poderoso foi o ano da mais prolífica dupla de ataque do futebol italiano em 2016/17.
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